De verdade

Francisco Muniz // 





Todas as celeumas, todos os incômodos, todas as ameaças e todos os infortúnios que observamos e experimentamos não têm quase nada a ver com nossa vida.
O que de fato importa é como nos relacionamos conosco mesmos, com Deus e com o próximo em meio a todas essas circunstâncias.
É a qualidade desses relacionamentos que vai fazer a diferença.
Se penso somente em mim e me afasto de Deus, nada sou e nada darei ao próximo.
Se me afasto do próximo, indiferente a suas necessidades, para me aproximar de Deus, nada serei para o Criador nem terei nada para mim.
Se, no entanto, me afasto de mim para levar algo ao próximo necessitado, tudo serei e terei da Divindade.
Porque a verdade é que há três níveis de relacionamento no mundo: conosco mesmos, com Deus e com o próximo. E, no momento, esses três níveis estão deficitários.
Até então, eu me relaciono comigo mesmo com compaixão, acreditando-me "coitadinho" e implorando a assistência divina.
Como o próximo, porém, eu me relaciono com paixão, tratando-o de acordo com os impulsos do orgulho e do egoísmo que me caracterizam.
Desse modo, meu relacionamento com Deus não é bom, porque feito sem paixão alguma e é preciso que nos apaixonemos por sua Obra, que em suma somos nós mesmos.
Assim, e só assim, eu poderei modificar esses níveis de relacionamento, passando a amar a Deus sem as paixões decorrentes de meus defeitos.
E será fácil, então, me relacionar com o próximo, tratando-o com a mesma compaixão com que Deus trata a todos os seus filhos.

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