Fora da caixa, fora da curva

 Francisco Muniz //




"Transgredir, às vezes, é bom" - foi o que ouvi da terapeuta Iris Sinoti, um dia, numa aula sobre arquétipos no curso da Série Psicológica de Joanna de Ângelis.
Ela disse isso em razão de nosso comportamento engessado por seguirmos os rígidos padrões familiares e sociais, tradicionais, por séculos, talvez milênios a fio.
Por isso é bom que de quando em vez sejamos capazes de andar na contramão desses valores, os quais, ainda que possam ser considerados úteis para o grupo, impedem o desenvolvimento mental, intelectual, espiritual das criaturas.
Desse modo é que a adoção de posturas "fora da curva", isto é, distantes dos padrões impostos, permite que se saia da "caixa" onde predominam os problemas, as angústias, as dificuldades decorrentes da demora na vivência dos comportamentos engessados.
Assim, transgredir muitas vezes é dizer não quando se espera a postura do cordeirinho que sempre diz sim enquanto caminha para o abate.
Mas é dizer não com a consciência tranquila, reconhecendo que a condição anterior precisa de um basta!
Transgredir também pode ser mudar os caminhos de sempre, experimentando outras vias, outras experiências de crescimento. Pode ser não dar importância ao relógio, preferindo antes priorizar o tempo interno, recordando que "quem sabe faz a hora, não espera acontecer".
Transgredir, em suma, é pensar em si mesmo na dimensão do espírito imortal, fugindo o quanto possível da realidade enganadora da dimensão meramente humana. É reconhecer-se Deus em potência e capacidade de realização.
Dentro da caixa estão nossos fantasmas: tenhamos a coragem de libertá-los!

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