Francisco Muniz
Neste dia 13 de novembro nosso estudo de passagens do Novo
Testamento nos leva mais uma vez à Epístola de Paulo aos Romanos, agora para
abordarmos o versículo 11 do capítulo 13, os quais nos falam da obediência à
lei. Enquanto o capítulo traz como epígrafe a “Submissão à autoridade civil”, no
verso ele afirma que “o cristão é filho da luz”. Vamos ao texto lido na Bíblia
de Jerusalém, que interpretaremos à luz da Doutrina Espírita:
“Tanto mais que sabeis em que tempo estamos vivendo: já
chegou a hora de acordar, pois nossa salvação está mais próxima agora do que
quando abraçamos a fé.”
O tempo de acordar é desde sempre e a cada vez que nos
instruímos mais um pouco acerca das coisas santas, isto é, quanto aos desígnios
ou vontade de Deus, mais condições temos de praticar, disciplinadamente, as
lições do amor que liberta. Na atualidade, especialmente no que toca ao
aprendizado espírita, sabemos muito bem em que tempo vivemos, de forma que
podemos reafirmar com os Espíritos Superiores que, sim, os novos tempos
anunciados no Evangelho são chegados. Vivemos, pois, o tempo em que se processa
na Terra, com toda intensidade, a transição de mundo de provas e expiação para
mundo de regeneração. É tempo, portanto, de sermos mais diligentes, mais
responsáveis nos cuidados referentes ao nosso crescimento espiritual.
Assim como o Cristo, Paulo, cognominado “o apóstolo dos
gentios” por levar ao mundo inteiro, isto é, aos não judeus, a mensagem
transformadora do Cristianismo, prognosticava a condição em que se encontrava a
Humanidade, identificando a enfermidade geral e oferecendo o remédio necessário
à tão almejada cura. Após ele, reconhecemos que vários outros homens de visão
aguçada também observaram, ao longo da História, a angústia humana que nos faz,
ao mesmo tempo, buscar a luz e fugir dela, incomodados com seu fulgor. É o caso
do religioso Agostinho de Hipona, do psicanalista Carl Gustav Jung e do
filósofo brasileiro Huberto Rohden, por exemplo. Todos eles viram os homens
transitar muito lentamente de uma condição sofrível na direção de um patamar
mais condizente com nossa postura de filhos diletos da Divindade, mas sem a
imprescindível consciência do que estamos fazendo.
A consciência de sono é o que nos caracteriza e precisamos
despertar com urgência para viver os tempos propiciadores de nossa união com o
Cristo. Segundo Jung, “quem olha para fora sonha; quem olha para dentro
desperta”, levando-nos a considerar que a ilusão da matéria responde por nossa
demora na contemplação dos fenômenos externos, em vez de pesquisarmos suas
causas internas. Agostinho, por sua vez, reconhecia na humanidade três estados conscienciais:
o de sono sem sonhos, provocado pelo forte apego à matéria; o de sono com sonhos,
que já permite vislumbrar a verdade; e o de despertamento, no qual já se vive a
verdade. É nessa terceira etapa que o Espiritismo, revelado para toda a
Humanidade entra em ação, de acordo com as palavras do Espírito João, o Evangelista
(*): “A ação viril está iniciada: não se trata mais de crer instintivamente e de
obedecer maquinalmente, é preciso que o homem siga a lei inteligente, que lhe
revela a sua universalidade”.
Hoje, espíritos comprometidos fortemente com a causa do
Cristo, a exemplo do “aniversariante” Manoel Philomeno de Miranda (14.11.1876 –
14.7.1942), enviam do Espaço a renovação do convite feito há mais de dois mil
anos no sentido de nosso despertamento. Em seus livros mais atuais – Transição
Planetária (2010), Amanhecer de uma Nova Era (2012) e No
Rumo do Mundo de Regeneração (2020) – psicografados pelo médium Divaldo
Franco, ele narra episódios gerais e particulares, chamando nossa atenção para
a cada vez mais inadiável mudança de comportamento, a fim de correspondermos à
renovação do planeta e da Humanidade, a grande obra que o Cristo realiza entre
nós na atualidade.
(*) O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VIII,
item 18.
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