Francisco Muniz
Há alguns anos, eu integrava um grupo na Casa de Oração Bezerra de Menezes chamado “Jesus de Nazaré”, constituído para o estudo teórico-vivencial do Evangelho, no qual os participantes apresentavam trabalhos muito bem fundamentados sobre temas do Novo Testamento. Uma dessas apresentações discorria sobre o papel de Judas Iscariot (assim a Bíblia de Jerusalém o registra) no colégio apostolar, culminando no episódio que se convencionou chamar de “traição de Judas”. Tal é a epígrafe do versículo que devemos comentar hoje, dia 14 de outubro, dando prosseguimento a nosso programa de estudo. Eis, portanto, o texto do versículo 10 do capítulo 14 do Evangelho de Marcos:
“Judas Iscariot, um dos Doze, foi aos chefes dos
sacerdotes para entregá-lo a eles.”
O "apóstolo que traiu Jesus" continua oferecendo
subsídios para tentarmos compreender as estruturas psicológicas que nos fazem
desviar do caminho reto, tomando atitudes que no instante em que são adotadas
não permitem visualizar as implicações, provocando prejuízos por vezes muito
graves na economia espiritual, exigindo séculos para a devida reparação. Assim
é, por exemplo, quando, por egoísmo e orgulho, cobiçamos cargos e posições de
mando e comando, mesmo apresentando credenciais de competência. Teria sido essa
a intenção, por assim dizer, material do ato de Judas, simbolizada pelo
pagamento das 30 moedas.
Por essas e outras é que Jesus, o Filho do Homem, combatia
nossa ferrenha intimidade com a condição material, revelando, dentre outras
coisas, que João, o batista, era o maior dos Filhos de Mulher, mas o menor no
reino dos Céus... Necessitamos pensar profundamente acerca dessas questões, a
fim de o quanto antes crescermos para Deus, pelo caminho do autoconhecimento.
Depois, então, poderemos conversar sobre o poder - ou valor, ou significado -
de um beijo.
Sim, como se disse e se sabe, o beijo de Judas foi só o
código, o sinal combinado com os doutores da lei, os poderosos do Templo de
Jerusalém, para que os soldados identificassem, em plena noite, a quem eles
deveriam prender. Assim se configura a "traição" por Judas, a partir
de um beijo, marcando para sempre a história da Humanidade em razão de um
martírio que terminaria (será?) no deslumbramento da ressurreição, mostrando a
quem, até hoje, tem "olhos de ver" que a vida do espírito é um fato e
a única realidade apreciável, o que faz com que necessitemos modificar
radicalmente nossas impressões acerca de muitas ocorrências da vida física, a
exemplo de um beijo. Porque a verdade é que o ato de Judas de alguma maneira
fez com até hoje se pense e se fale do Cristo...
Há informes mediúnicos confiáveis (*) a respeito da
experiência de Judas em sua jornada rumo à necessária reabilitação espiritual,
como a revelação de que ele culminou sua trajetória quando de sua última
encarnação na Terra, na França do século XV, vivendo as desventuras de Joana,
a Virgem de Orléans. Nessa ocasião, traído, vendido e supliciado, padeceu tudo o
que fizera o Cristo experimentar até o sacrifício do Mestre na cruz do
Calvário...
Notas:
(*) Ver crônica do Espírito Humberto de Campos no livro Palavras
do Infinito (ed. LAKE), psicografado por Chico Xavier, e A história de
Joana D’Arc ditada por ela mesma, por Ermance Dufaux (ed. CELD).
Para pesquisar: https://jesusdenazare-cobem.blogspot.com/2012/06/uma-palavrinha-mais-sobre-judas.html
Comentários
Postar um comentário
Abra sua alma!