Esta data no Evangelho (24 de setembro)

Francisco Muniz



“Não sabeis que aqueles que correm no estádio, correm todos, mas um só ganha o prêmio? Correi, portanto, de maneira a consegui-lo.”

Esse texto corresponde ao versículo 24 do nono capítulo da primeira Epístola aos Coríntios, na qual o Apóstolo dos Gentios fala se seu próprio exemplo, depondo acerca de sua condição de seguidor do Cristo Jesus. Neste dia 24 de setembro, portanto, é esse versículo que comentaremos, com base nos conceitos da Doutrina Espírita.

Qual seria o prêmio da corrida até o objetivo da evolução – aquela Perfeição proposta por Jesus? Valeria a pena ambicioná-lo?    

Longe de, nesse sentido espiritual de nossa existência, indicar uma competição, Paulo nos fala da enorme quantidade de pessoas – Espíritos! – participantes dessa corrida em busca de um prêmio que deve ser valiosíssimo, embora somente um deles seja merecedor. Mas é preciso correr, se de fato queremos conseguir a meritória distinção.

Costumo dizer que estamos todos, a população mundial inteira, seja a de encarnados, seja a de desencarnados, juntos e misturados, dirigindo-nos ao objetivo comum à totalidade dos filhos de Deus – e tudo quanto nos deve interessar é atingi-lo. Mas se trata de uma jornada difícil e perigosa, pois no afã dessa luta, ou busca, vamos, inevitavelmente, atritar-nos uns com os outros.

Assim, para mais depressa chegarmos ao prêmio, não devemos, em momento algum, parar para lamentar o que nos fizeram, apenas perdoar a todos por qualquer ofensa recebida e seguir em frente; do mesmo modo, ao percebermos que ferimos alguém, de imediato devemos pedir seu perdão e continuar na marcha, porque parar significa perder tempo e postergar a conquista do prêmio.

Nessa jornada, vale observar também que a maioria caminha como sabe, como pode ou como quer, utilizando os recursos disponíveis; mas aqueles de nós que já ampliamos a consciência com o conhecimento mais dilatado do Evangelho, agora iluminado pela Doutrina Espírita, caminharemos como sabemos, como podemos e não mais como queremos, pois já temos a noção do dever a comandar nossas ações.

Os espíritas somos os trabalhadores da última hora referenciados no Evangelho de Jesus e, como discípulos do Cristo, detemos o conhecimento da verdade que liberta e por tal motivo temos de usar a razão como baliza de nossas atitudes, e nada haverá de mais razoável que deixar o coração falar mais alto no tocante a nossos relacionamentos na Terra: com Deus, com o próximo e conosco mesmos.

Assim refletindo, reconhecemos que o prêmio apontado por Paulo de Tarso em sua Carta aos Coríntios é para todos, embora só alcançado individualmente, a depender do ritmo que cada um imponha em seus passos. A esse respeito, os Espíritos Superiores nos dizem que a tarefa é urgente, mas não pode ser feita com pressa, sendo preciso meditar antes de se fazer alguma coisa, prestar atenção no modo como estamos procedendo e avaliar se o que fizemos foi de fato útil ou bom.

E o prêmio, como já deve ter sido compreendido, é aquela felicidade que não é deste mundo, o estado de plenitude resultante de nossa adesão à proposta revolucionária do Cristo e de nossa união definitiva à dimensão divina, não mais tergiversando em nossos interesses evolutivos. Um dia alcançaremos esse “tesouro que a traça não rói, o ladrão não rouba e a ferrugem não consome”, conforme salientou o Incomparável Amigo.


Comentários