Francisco Muniz
“As multidões que o precediam e os que o seguiam
gritavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana
no mais alto dos céus!”
“No início do século XXI o Cristianismo conta com cerca de 2,3 bilhões de fiéis, o que
representa de um quarto a um terço da população mundial, sendo uma das maiores
religiões do mundo. O Cristianismo também é a religião de Estado de diversos países.”
Isto é o que nos informa a Wikipedia, a enciclopédia eletrônica de livre acesso
na Internet. Como se percebe, uma enorme multidão se declara seguidora de Jesus.
No entanto, não se sabe se todas essas pessoas se comportam de acordo com as
propostas do Cristo, que preconizam a instalação do Reino de Deus na Terra a
partir da conversão de cada coração às práticas da verdadeira fraternidade.
O número de seguidores, a rigor, não representa muita coisa
se eles apenas ostentam o rótulo de cristãos. O texto de Mateus, que não obedece
a uma ordem cronológica dos fatos ali narrados, no versículo citado, fala da
disposição da multidão de judeus que aclamaram Jesus na “entrada messiânica em
Jerusalém”. Primeiro louvaram o Nazareno, fazendo-lhe todas as honrarias para,
pouco tempo depois, virarem-lhe as costas e, insuflados pelos sacerdotes do
Templo, pedirem sua condenação ao governador romano Pôncio Pilatos. Mas o
Cristo sabia dessa característica tão própria dos homens inferiores, a
volubilidade, tanto que repetiu (Mateus 15:8) a admoestação de Isaías (29:13): “Este
povo honra-me com os lábios; o seu coração,
porém, está longe de mim”.
No livro Boa Nova, no qual o Espírito Humberto de
Campos narra, pela psicografia de Chico Xavier, alguns diálogos entre o Mestre e
seus discípulos, Jesus é inquirido sobre a possibilidade de converter, naquela
mesma ocasião, toda a população do mundo aos ditames do Evangelho, para
participarem todos das alegrias do Reino dos Céus. O Messias, contudo, pondera
que sua causa não é a do número, não interessa fazer prosélitos
quantitativamente, mas cativá-los todos pelo coração, de modo que a lição
máxima que nos deixou, a regra de ouro, conclama-nos ao amor incondicional: “O
que você quer para si mesmo faça primeiramente ao próximo” (Mateus 7:12).
Ora, a mole humana, forçoso é reconhecer, ainda se inclina mais
para Mamom que para Deus, mesmo que nunca tenha havido tanto amor sobre a Terra
como nestes tempos, segundo nos esclarece a Benfeitora Joanna de Ângelis,
através do médium Divaldo Franco. E isto se deve à característica belicosa dos
homens, que têm regado com o sangue da incompreensão, do ciúme, do preconceito e
da ambição os terrenos onde vêm pisando ao longo de seu extenso périplo
planetário.
Com isso, o aprendizado fica comprometido, mas o Cristo
segue apascentando suas ovelhas, protegendo-as dos ataques dos lobos ferozes
que ameaçam a multidão dos incautos...
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