Esta data no Evangelho (21 de setembro)

Francisco Muniz



É do capítulo 21, relacionado a este dia, do Evangelho de Mateus que tiramos o versículo 9, correspondente ao mês, para os comentários que faremos hoje, dia 21 de setembro, no âmbito dos estudos em torno de algumas passagens do Novo Testamento. Sob as luzes da Doutrina Espírita, nosso programa consiste em aprofundarmos, o quanto possível, a interpretação dos ensinos de Jesus, que nos pede conhecermos a Verdade que liberta. Entendemos que essa Verdade está nas entrelinhas dos textos evangélicos e o Espiritismo nos fornece a chave segura para decifrá-los. Dito isto, cuidemos do que nos informa o trecho em destaque, na Bíblia de Jerusalém:

“As multidões que o precediam e os que o seguiam gritavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!”

“No início do século XXI o Cristianismo conta com cerca de 2,3 bilhões de fiéis, o que representa de um quarto a um terço da população mundial, sendo uma das maiores religiões do mundo. O Cristianismo também é a religião de Estado de diversos países.” Isto é o que nos informa a Wikipedia, a enciclopédia eletrônica de livre acesso na Internet. Como se percebe, uma enorme multidão se declara seguidora de Jesus. No entanto, não se sabe se todas essas pessoas se comportam de acordo com as propostas do Cristo, que preconizam a instalação do Reino de Deus na Terra a partir da conversão de cada coração às práticas da verdadeira fraternidade.

O número de seguidores, a rigor, não representa muita coisa se eles apenas ostentam o rótulo de cristãos. O texto de Mateus, que não obedece a uma ordem cronológica dos fatos ali narrados, no versículo citado, fala da disposição da multidão de judeus que aclamaram Jesus na “entrada messiânica em Jerusalém”. Primeiro louvaram o Nazareno, fazendo-lhe todas as honrarias para, pouco tempo depois, virarem-lhe as costas e, insuflados pelos sacerdotes do Templo, pedirem sua condenação ao governador romano Pôncio Pilatos. Mas o Cristo sabia dessa característica tão própria dos homens inferiores, a volubilidade, tanto que repetiu (Mateus 15:8) a admoestação de Isaías (29:13): “Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim”.

No livro Boa Nova, no qual o Espírito Humberto de Campos narra, pela psicografia de Chico Xavier, alguns diálogos entre o Mestre e seus discípulos, Jesus é inquirido sobre a possibilidade de converter, naquela mesma ocasião, toda a população do mundo aos ditames do Evangelho, para participarem todos das alegrias do Reino dos Céus. O Messias, contudo, pondera que sua causa não é a do número, não interessa fazer prosélitos quantitativamente, mas cativá-los todos pelo coração, de modo que a lição máxima que nos deixou, a regra de ouro, conclama-nos ao amor incondicional: “O que você quer para si mesmo faça primeiramente ao próximo” (Mateus 7:12).

Ora, a mole humana, forçoso é reconhecer, ainda se inclina mais para Mamom que para Deus, mesmo que nunca tenha havido tanto amor sobre a Terra como nestes tempos, segundo nos esclarece a Benfeitora Joanna de Ângelis, através do médium Divaldo Franco. E isto se deve à característica belicosa dos homens, que têm regado com o sangue da incompreensão, do ciúme, do preconceito e da ambição os terrenos onde vêm pisando ao longo de seu extenso périplo planetário.

Com isso, o aprendizado fica comprometido, mas o Cristo segue apascentando suas ovelhas, protegendo-as dos ataques dos lobos ferozes que ameaçam a multidão dos incautos...   


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