Esta data no Evangelho (19 de setembro)

Francisco Muniz



Hoje, 19 de setembro, calhou de retornarmos ao Apocalipse, às revelações que o evangelista e apóstolo João recebeu mediunicamente para qualificar os dias que a Humanidade experimenta e haverá de experimentar até que o orgulho e o egoísmo, responsáveis pela grande tragédia humana, sejam eliminados de nossa personalidade. Assim, uma vez aberta a Bíblia de Jerusalém, vejamos o que o versículo 9 do capítulo 19 desse livro nos informa:

“A seguir, disse-me: “Escreve: felizes aqueles que foram convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro”.”

“Cantos de triunfo no céu” é a epígrafe desse capítulo apocalíptico, indicando o fim dos tormentos aos quais os homens estão/estarão sujeitos até que seja consumado esse casamento entre o Cristo cósmico e a Humanidade terrena, que enfim encontrará o sentido de sua existência. Isso se dará quando, conforme dito no Livro, o Deus todo-poderoso passar a reinar. Então se realizarão as núpcias do Cordeiro, estando pronta sua esposa, vestida com “linho puro, resplandecente”.

Podemos dizer que a cada milênio ou dois um acontecimento altamente significativo tem lugar e vez no mundo, com a finalidade de alavancar o progresso espiritual da Humanidade. Tomemos por base o nascimento de Jesus, evento que dividiu a História e cujos desdobramentos vêm impactando o planeta até os dias de hoje. Um desses desdobramentos foi a revelação espírita, quase dois mil anos após o Advento, a qual, por sua vez, provocará, em tempos vindouros, uma nova sucessão de fatos correspondentes às necessidades evolutivas dos homens, no necessário cumprimento da Lei de Progresso.

João, o evangelista visionário, é instado a escrever a bem-aventurança: felizes aqueles que foram convidados para o banquete de núpcias. Quem, quantos, quais? Todos, em verdade, embora saibamos que nem todos quererão participar desse momento feliz. E também haverá quem participe indevidamente, sem trajar a veste nupcial. Mas então acontecerá com eles o que já foi proclamado quanto à separação dos bodes e ovelhas: serão retirados do salão e jogados às “trevas exteriores”, pela reencarnação num mundo compatível com o nível evolutivo de cada um, a fim de que não mais comprometam o projeto de cristificação da Terra e da humanidade terrena.

Desse modo, principalmente nós, espíritas, mas sobretudo todo aquele que se insira na conceituação do homem de bem, ou dos homens de boa vontade referidos no Evangelho, temos o dever de atender ao chamamento com muito mais ênfase, procurando cumprir as lições de Jesus, vivendo-as com integridade no campo moral. Aí está nossa responsabilidade, como trabalhadores da última hora que somos, porque em nossa capacidade de realização foi depositada a confiança do Senhor, em nome de Deus, de forma que será pela purificação do coração, pelo desenvolvimento das virtudes que exornam a alma.

Só assim se instalará na Terra a Era Nova predita pelos Espíritos da legião vinculada ao Cristo, conforme estas palavras de Fénelon em O Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. I, item 9): 

"São chegados os tempos em que as ideias morais devem se desenvolver para cumprir os progressos que estão nos desígnios de Deus; elas devem seguir o mesmo caminho que as ideias de liberdade percorreram e que delas eram precursoras. Mas não é preciso crer que esse desenvolvimento se fará sem lutas; não, elas têm necessidade, para atingir a maturidade, de abalos e de discussões, a fim de que atraiam a atenção das massas; uma vez fixada a atenção, a beleza e a santidade da moral impressionarão os espíritos, e eles se interessarão por uma ciência que lhes dá a chave da vida futura e lhes abre as portas da felicidade eterna. Foi Moisés quem abriu o caminho. Jesus continuou a obra, e o Espiritismo a arrematará".

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