Francisco Muniz
“Então, que fostes ver? Um profeta? Eu vos afirmo que sim, e mais do que um profeta.”
Essas palavras do Messias estão no versículo 9 do capítulo
11 do Evangelho de Mateus, tratando ainda da “pergunta de João Batista e
testemunho que lhe presta Jesus”, constituindo o assunto de nossos comentários
neste dia 11 de setembro. Esta data recorda-nos o triste episódio ocorrido nos
Estados Unidos em 2001, quando terroristas tomaram três aviões comerciais e os
fizeram chocar-se contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e
contra o Pentágono, em Washington.
Por conta disso, poderíamos refazer a pergunta de Jesus
nestes termos: “O que se viu ali? Um fenômeno? Por certo que sim, e mais do que
um fenômeno”. Porque em todo acontecimento há uma lição subjacente que precisa
ser observada, compreendida e assimilada. Assim, o questionamento feito pelo
Cristo vem a propósito de nos fazer considerar que tipo de proveito é possível
tirar de cada fato posto ao exame de nossos olhos e nossa inteligência.
O Batista, ao mergulhar seus seguidores nas águas do rio
Jordão, não apenas realizava um ritual nem simplesmente os conclamava a uma nova
crença: pedia que se preparassem condignamente para receber uma grande e
auspiciosa notícia: “O Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e crede no
Evangelho!” Com essas palavras ele anunciava a chegada do Cristo, do Messias, o
divino Enviado que libertaria o povo escolhido de Israel de toda opressão moral.
João era, sobretudo, o arauto do Messias e sobre ele pairava
a responsabilidade de aplainar os caminhos que Jesus palmilharia pela Palestina
a fim de alcançar todo o mundo com suas propostas de renovação moral e
espiritual, instalando nos corações os alicerces de seu Reino.
E mesmo que Jesus já cumprisse sua missão, ensinando,
realizando prodígios, acolhendo em seu amor as carências de quantos o
procurassem, atraindo multidões às suas pregações, João tinha seus seguidores
e, uma vez preso e na iminência da morte, desejoso de não deixar órfãos seus
pupilos, envia-os a seu primo, para que este lhes diga se é ele mesmo o Messias
anunciado pelas Escrituras.
Jesus, assim, exalta seu primo, dizendo que, dos “filhos de
mulher”, isto é, aqueles encarcerados num corpo perecível, João era o maior deles,
ou seja, dentre os encarnados àquela época, não havia outro tão evoluído quanto
o Batista. Está claro que, movido por sua grande humildade, Jesus excluía a si próprio.
Com isso, podemos enxergar em João Batista algo além de sua
tarefa profética, porquanto ele também serviu como exemplo para o Cristo nos
esclarecer, desde aquele tempo, acerca da reencarnação, mostrando João como o
profeta Elias do passado.
Portanto, se todo fato, todo acontecimento, todo e qualquer
fenômeno traz uma lição, esta é, seguramente muito mais importante que aquele e não foi
por outra razão que o Mestre nos pediu que desenvolvêssemos os “olhos de ver”,
para que não vejamos apenas “um caniço agitado pelo vento” quando formos ao "deserto". Ou que não vejamos apenas um profeta ao nos aproximarmos de líderes
religiosos, dos médiuns momentaneamente à frente de casas espíritas ou de
tarefas de algum relevo. O que conta é observarmos a natureza e importância de
seus ensinamentos, buscando aquele “algo mais” que realmente faça a diferença em
nossas necessidades de crescimento espiritual.
Desse modo, o 11 de Setembro que nossos irmãos norte-americanos
choram anda hoje, lembrando-se das mais de três mil vítimas, tem também um
ensinamento que precisa ser buscado, para que, uma vez aprendido, não seja
preciso repetir experiências tão dolorosas.
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