Esta data no Evangelho (6 de agosto)

Francisco Muniz



O capítulo 8 do Evangelho de Lucas tem seu início dedicado à Parábola do Semeador, de modo que no versículo 6, correspondente a este dia 6 de agosto, lemos o que segue para os comentários que faremos neste estudo de algumas passagens do Novo Testamento, com base nos esclarecimentos da Doutrina Espírita:

"Outra parte caiu sobre a pedra e, tendo germinado, secou por falta de umidade."

Essa é das poucas parábolas que Jesus precisou explicar e a explicação é dada na sequência do registro do evangelista: "Os que estão sobre a pedra são os que, ao ouvirem, acolhem a Palavra com alegria, mas não têm raízes, pois creem apenas por um momento e na hora da tentação desistem."

Pois bem! Kardec, assim como muitos outros estudiosos do Evangelho, relaciona cada figura dessa parábola com o tipo de terreno que seria o coração, a alma, a mentalidade de cada aprendiz, condicionado ao respectivo nível evolutivo que possibilita menor ou maior compreensão dos ensinamentos do Cristo.
 
Desse modo, fica fácil observar a existência, no mundo, de muita gente (nós, inclusive) que ainda traz o coração endurecido, insensível à prática das lições recebidas, embora recebidas com alegria, manifestando indiferença às necessidades de auto aprimoramento.
 
A parte das sementes caídas sobre esse tipo de terreno se perde porque, diz o Mestre, falta umidade para vitalizar as raízes, ou seja, o húmus do amor, que neste caso pode ser entendido como disposição, aí não encontrou a profundidade necessária para levar a bom termo a germinação.
 
Nesse sentido, o simbolismo é pertinente: o húmus fornece nutrientes à planta, regula a população de microorganismos e torna os solos férteis. Sem o amor, portanto, a mensagem do Cristo não sobrevive no coração dos homens indiferentes, ficando este desprotegido quanto às ameaças exteriores e sem condições de produzir qualquer tipo de benefício.
 
Havendo, ao contrário, umidade suficiente, e não apenas aparente, a proposta de renovação moral encontrará maior ou menor receptividade, a depender do esforço do agricultor, tornando o terreno realmente fértil e assim ele produzirá na proporção em que a semeadura sintonize com o compromisso ante os ideais cristãos, que são sobretudo libertadores.

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