Esta data no Evangelho (31 de agosto)

Francisco Muniz


A Bíblia de Jerusalém nos leva hoje, dia 31 de agosto, ao capítulo 8 do Evangelho de João para encerrarmos nossos estudos relativamente a este mês. Assim, vejamos a informação do versículo 31, que comentaremos a seguir, segundo a interpretação que nos faculta a Doutrina Espírita:

"Disse, então, Jesus aos judeus que nele haviam crido: 'Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos (...)'"

E o complemento dessa fala do Mestre traz a famosa frase que não nos cansamos de repetir: "(...) e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará."

Num de seus livros da série "Histórias que os espíritos contaram", o escritor e profícuo pesquisador espírita Hermínio Correia de Miranda narra as desventuras de um certo Espírito sofredor que havia sido, desde aqueles tempos recuados, também um seguidor do Messias. No entanto, passou à condição sofrível, descambando para as hostes maléficas dos inimigos do Cristo, porque acreditou que a conversão das pessoas ao Evangelho seria muito demorada se fosse feita nos moldes como Jesus havia estabelecido. E resolveu, por conta própria, modificar o teor dos ensinos originais, emprestando-lhes muito de suas ideias pessoais, para obter os resultados que desejava, desrespeitando assim o livre arbítrio das criaturas.

Entendemos, com esse exemplo, que houve muitos que não permaneceram na palavra ensinada pelo Nazareno, principalmente quando o Cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano, isto é: pela invigilância ou incúria de seus líderes de então, foi submetido aos inconfessáveis interesses mundanos e assim parte importante da doutrina de Jesus se corrompeu.
 
Ainda que não seja fácil seguir as pegadas do Rabi - um livro famoso, "Em seus passos, o que faria Jesus?" (*), do autor Charles M. Sheldon, indica essa dificuldade -, é preciso nos esforçarmos para isso. Permanecer na palavra do Mestre, assim entendemos, é muito mais perseverar na luta em prol da auto superação do que tentar converter outras mentes à adoção dos princípios libertadores das consciências ainda escravizadas ao vício e ao erro. Todos, um dia, despertarão para a verdade, "pelo duplo esforço do freio e da espora", conforme lemos em O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cada um a seu tempo e no próprio ritmo saberá que a Humanidade caminha para se tornar um só rebanho de um só Pastor.


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