Esta data no Evangelho (28 de agosto)

Francisco Muniz



O capítulo 28 do Evangelho de Mateus - por sinal, o último! - trata do túmulo vazio de Jesus e da "mensagem do Anjo" que recepcionou Maria de Magdala e suas companheiras no domingo da Ressurreição. Esse é o tema dos comentários que deveremos fazer neste dia 28 de agosto e para tanto vamos estudar o versículo 8, que diz o seguinte:

"Elas, partindo depressa do túmulo, com medo e alegria, correram para anunciá-lo aos homens."

As mulheres são, de fato, tanto o grande veículo das alvissareiras notícias que o Céu transmite à Humanidade quanto o instrumento de que a Divindade se vale para enviar à Terra aqueles de seus emissários responsáveis pela condução dos homens aos objetivos gloriosos. É através delas que se torna possível a reencarnação dos Espíritos, para cuja consecução é imprescindível a colaboração masculina, sendo elas detentoras do vaso sagrado onde Deus derrama a sublime essência da vida.

São tarefas tão grandiosas que às vezes perturbam a sensibilidade feminina, causando-lhe temor, pelo grau de responsabilidade que acarretam, mas que produzem, por outro lado, enorme alegria, e assim elas se dão de bom grado a essas atribuições, repetindo, inconscientemente, a disposição da jovem Maria perante o Arcanjo Gabriel: "Eis aqui a serva do Senhor!"

Recordo-me do sonho que tive certa vez (já relatado aqui, alhures), mostrando que numa casa o Cristo dormia e as mulheres (a intuição) desejosas de verem o Mestre desperto, tiveram que chamar os homens (a razão), todos eles cuidando de seus afazeres externos. Sem eles, contudo, isto é, sem a união entre a razão e a intuição, o Cristo não se manifestaria e era preciso que ele (a consciência cósmica) despertasse, para a alegria de todos. São grandes, realmente, as responsabilidades do psiquismo feminino no tocante aos deveres do psiquismo masculino, que só despertará para as noções da realidade espiritual quando ambos se unificarem, fazendo o necessário contato com o Cristo interno, inerente a cada ser.

Com efeito, observando atentamente a informação presente na passagem evangélica, Jesus não se encontrava no túmulo, significando que a vida segue vitoriosa além da chamada "última morada", que nada mais é senão o preâmbulo da Realidade do Espírito imortal. A vida continua! Era essa a mensagem que o Anjo encarregou as mulheres de transmitir aos discípulos do Nazareno, que primeiro apareceria a elas, antes de estar com os homens.

Incapaz, por enquanto, de perceber a grandeza da mulher, quis o homem reduzi-la à vil expressão da subalternidade, da subserviência e da submissão, malgrado seja ela a grande companheira que em tudo colaborará para seu sucesso no mundo, perpetuando-lhe o nome, a condição e a fama através da progenitura. Desse modo, alijada da participação nos prazeres do homem, ainda muito arraigado à belicosidade terrena, à mulher estão destinadas as alegrias celestiais.

No entanto, foi dito que, unidos, serão - homem e mulher - uma só carne em tarefa comum para o engrandecimento da Obra divina no campo terrestre, de modo que no futuro todos saberemos nos dar as mãos para o trabalho renovador. Regenerando-se ambos ao influxo do amor, a poderosa energia que não só permite a união dos seres como os capacita para o crescimento e elevação às esferas superiores do pensamento, a mulher e o homem encontrarão seu destino e bendirão ao Senhor, cumprindo enfim as soberanas leis que preconizam o progresso em toda parte do Universo.

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