Esta data no Evangelho (12 de agosto)

Francisco Muniz



Vamos ao Apocalipse hoje, dia 12 de agosto, continuando nossos esforços na interpretação de pequenos trechos do Novo Testamento sob as luzes da Doutrina Espírita. Usamos, presentemente, o texto da Bíblia de Jerusalém, que no livro eminentemente simbólico do evangelista João apresenta-nos o versículo 12 nestes termos:

"E o quarto Anjo tocou... Um terço do sol, um terço da lua e um terço das estrelas foram atingidos, de modo que uma terça parte deles se ofuscou: o dia perdeu um terço de sua luz, bem como a noite."

Sabemos que, sendo extremamente simbólicas as palavras do Apocalipse, não devemos tomá-las ao pé da letra, porque, como disse o apóstolo Paulo, "a letra mata e o espírito vivifica". Assim, precisamos de uma chave propícia para nossa interpretação e ela nos é oferecida pelo Espiritismo, graças ao esforço de Allan Kardec ao nos trazer a informação esclarecedora dos Espíritos Superiores, Jesus à frente.

Essa parte do oitavo capítulo se refere às "quatro primeiras trombetas" (são sete delas, assim como os selos) e, transportando essas imagens para o panorama atual do mundo, observamos a devida correspondência, porquanto os ensinamentos antigos apontam para os "últimos dias", ou seja, hoje.
Assim, entendamos o texto representando o que atualmente observamos no mundo moral e não na expressão material do mundo, uma vez que o mundo físico é apenas o reflexo das construções mentais de cada homem ou mulher em sua atuação coletiva.

Desse modo, compreendemos já viver o apocalipse principalmente as relações humanas, especialmente neste momento em que o planeta está em transição para a condição de mundo regenerador. Em razão disso, um verdadeiro caos se estabelece no âmago dos seres humanos, que parecem estar perdidos, enlouquecidos, ante tantos acontecimentos perturbadores, resultantes da demorada batalha espiritual entre as forças do Mal e do Bem.

De acordo com os bons Espíritos, nos mundos de provas e expiação, qual a Terra hoje, o mal predomina no pensamento e nas ações dos homens; mas esse predomínio será invertido no mundo de regeneração: o Bem dará as cartas, embora o mal ainda esteja presente.

Localizado no meio dessa batalha, o homem é o fator determinante da vitória, momentânea que seja, de um ou outro lado, de acordo com as escolhas decorrentes de seu livre arbítrio. É nesse momento que o "anjo" toca sua trombeta - a consciência, e se esta não estiver devidamente esclarecida pela Verdade do Cristo, o resultado é a manifestação das trevas, de forma que um terço das possibilidades humanas fica mesmo obnubilado e o homem não encontra saída para os dramas que criou nem de dia nem de noite.

E como era apenas a quarta trombeta, ainda haverá outras três anunciando um pouco mais de tormentos até que a Terra - e a Humanidade - esteja razoavelmente mais saneada. Não é por outra razão que o Espírito Manoel Philomeno de Miranda inicia seu livro No Rumo do Mundo de Regeneração (psicografia de Divaldo Franco), publicado em 2020, aludindo, já no primeiro capítulo, aos "clarins anunciadores"...

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