Afinal, o final!

Francisco Muniz


De tanto meditar sobre as coisas que leio, estudo e observo, cheguei à conclusão de que a principal tarefa que desempenhamos no mundo é aprendermos a morrer, ou desencarnar. Isso quer dizer aprendermos a deixar a Terra, desapegando-nos das ilusões da realidade material. Essa é, segundo penso, a essência da doutrina de Jesus, que prenunciou estas palavras reveladoras: "Estais no mundo mas não pertenceis a ele."
Além disso, será muito útil ao aprendiz do Evangelho meditar com a profundidade possível na passagem referente à morte e ressurreição de Lázaro. Foram avisar ao Mestre, então na Galileia, estava doente em Betânia. Esta cidade, localizada na Judéia, ao sul, distava dois dias de viagem de Cafarnaum, ao norte. Jesus diz que a doença de Lázaro não é caso de morte é só se decide a ir para Betânia dois dias depois. Leva, junto com seus companheiros, igual período para chegar e aí computamos praticamente uma semana desde o primeiro aviso.
Chegando, o Nazareno defronta as irmãs Marta e Maria, que, lamentosas, dizem não haver mais nada a se fazer, porquanto o corpo de Lázaro já apresentava mau cheiro. Jesus, contudo, pede para abrirem o sepulcro. Depois, chama seu amigo para fora e é obedecido.
Isso quer dizer que Lázaro não conseguiu por si mesmo ressuscitar, coisa de que o Mestre daria prova mais tarde, após seu sacrifício na cruz. Se Lázaro, como amigo e, por certo, discípulo de Jesus, tivesse compreendido as lições recebidas, não encontraria dificuldade no processo e Jesus não precisaria interferir.
A lição serve para nós ainda hoje, necessitados de bem viver para conseguirmos bem morrer e despertarmos com serena consciência no plano que nos é próprio, o mundo espiritual, ressuscitando para a vida imortal.

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