O Evangelho nesta data (1 de julho)

Francisco Muniz


Neste dia 1 de julho calhou abrir - sempre aleatoriamente - o Novo Testamento no primeiro capítulo da Carta do apóstolo Paulo aos Gálatas, em cujo versículo 7 lemos o seguinte:

"Na realidade, porém, não existe outro evangelho. Há somente pessoas que estão semeando confusão entre vocês, e querem deturpar o Evangelho de Cristo."

Os gálatas do passado, tanto quanto os tessalonicences, os romanos, os hebreus... como todos aqueles a quem Paulo de Tarso enviou suas missivas, ou epístolas, estão representados por todos nós que hoje nos vemos e dizemos seguidores ou discípulos do Cristo.
No entanto, como facilmente se observa, as deturpações nos ensinamentos de Jesus, que nada deixou escrito, ainda causam perturbações no meio das comunidades religiosas de inspiração cristã, posto haver muitas interpretações, grande parte delas resultando de interesses exclusivistas de pessoas ou grupos e voltadas para fins nem sempre honestos.
Paulo amaldiçoa aquele que anuncie um evangelho diferente, ainda que seja ele próprio a fazê-lo, alertando para que não nos deixemos enganar pelos "falsos profetas", recordando-nos o sábio conselho do evangelista João: "Não acrediteis em todos os espíritos, mas vede se eles vêm de Deus."
Com efeito, tais recomendações devem calar fundo no coração de todos os cristãos e, mais profundamente ainda, no daqueles que procuram se instruir pela Doutrina Espírita.
O Espiritismo não foi revelado para suprimir as demais religiões, mas para servir de roteiro aos caminhantes, daí porque dizemos ser o Evangelho a bússola necessária à busca do conhecimento da Verdade e a Terceira Revelação é o mapa com o qual enxergaremos e transporemos os obstáculos do caminho apontado pelo Cristo.
Compete, pois, aos aprendizes da Doutrina codificada por Allan Kardec meditarem nas palavras que lhes constituem os mandamentos, dados pelo Espírito de Verdade em O Evangelho Segundo o Espiritismo: "Espíritas! amai-vos, eis o primeiro mandamento; instruí-vos, eis o segundo."
E o Cristo, que devemos enxergar no Espírito de Verdade, vai ainda mais longe ao afirmar que "todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se encontram são de origem humana", de modo que é nosso dever ampliar a percepção a fim de desenvolver os "olhos de ver" a fim de escoimarmos esses erros para não sermos ou continuarmos sendo cegos guiados por cegos - e todos propensos a cair no abismo.

Comentários