Esta data no Evangelho (7 de julho)

Francisco Muniz

O capítulo 7 ("Ninguém pode julgar" é o título) do Evangelho de Mateus é o mote dos comentários referentes a este dia 7 de julho (em 1977, esta data formou um interessante capicua e ocasionou uma curiosa história que não cabe contar aqui) e por isso leio o versículo correspondente, sob a rubrica "Confiança no Pai":

"Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês!"

São palavras de Jesus indicando os três movimentos que o cristão sincero deve empreender para alcançar o objetivo de sua jornada evolutiva. Movimentos que são ações e toda ação é verbo e, como disse o evangelista João, "o Verbo se fez carne e habitou entre nós". O Verbo: o Cristo em nós impulsionando nossa vontade para a conquista de nós mesmos!
Para tanto, isto é, para que nossa vontade resulte proveitosa, não podemos nem devemos abrir mão da fé, daí a necessidade de manifestarmos contínua confiança no poder do Pai Altíssimo e a Ele destinarmos nossos pedidos pela prece; nele basearmos nossas ações e nos fortalecermos para a dura caminhada.
Mas o que pedir se ele supre todas as nossas necessidades de conformidade com o merecimento de cada um? Mas Jesus nos recomenda recorrer ao Deus de amor, o Pai amantíssimo que tudo faz e fará por seus filhos ingratos, desde que estes saibam usar os recursos que Ele nos põe à disposição, sendo a fé um dos maiores.
Ensina-nos Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, que apenas três coisas devemos pedir ao Criador: força, coragem e resignação.
Força para não sucumbirmos perante as provas que nos pesam sobre os ombros, as quais, se bem suportadas, nos farão mais fortes ainda; coragem para seguirmos em frente ainda que as circunstâncias nos pareçam desfavoráveis e os obstáculos, intransponíveis; e resignação para compreendermos que o aparentemente insuperável é o limite que Deus estabeleceu em nossa esfera de ação.
Pedir, portanto, somente força, coragem e resignação. Quanto a procurar, recordemos uma outra recomendação de Jesus: "Conhecereis a Verdade e ela vos libertará". Somos eternos buscadores da Verdade (que confundimos com a Felicidade) e a buscamos muito mais fora, onde ela não está, do que dentro de nós, onde de fato ela se encontra. Eis que agora, esclarecidos pelo Espiritismo, empreendemos melhor a tarefa do autoconhecimento.
E é nesse auto encontro que a porta nos será aberta e nos veremos enfim detentores do conhecimento que liberta, porque unidos à Consciência Cósmica, que é o Cristo, estaremos, de acordo com estas palavras de Jesus anotadas por seu apóstolo Tomé: "Aquele que busca continue procurando até encontrar; encontrando, ficarão perturbados; perturbados, ficarão maravilhados; e, maravilhados, reinarão sobre o todo".