Esta data no Evangelho (5 de julho)

Francisco Muniz


A segunda Carta de Paulo aos Coríntios traz o texto base de nosso comentário desta segunda-feira 5 de julho, de modo que o quinto versículo do capítulo 7 traz-nos o seguinte:

"Na verdade, quando chegamos à Macedônia, nossa pobre pessoa não teve um momento de sossego; sofremos toda espécie de tribulação: por fora, lutas; por dentro, temores."

Aprendemos com o Apóstolo dos Gentios que as palavras das chamadas Santas Escrituras não devem ser tomadas em sua literalidade, porquanto "a letra mata e o espírito vivifica", sendo necessário interpretar cada enunciado.
Assim, transcendamos o sentido meramente literal do texto destacado da citada epístola e, transformando a Macedônia que angustiou Paulo de Tarso na Terra que nos abriga momentaneamente, veremos que o mundo é mesmo o ambiente onde experimentamos toda sorte de tribulação desde que aqui chegamos.
Espíritos em evolução necessitados de lições duríssimas, em razão de um passado desabonador, é nas lutas expiatórias que provamos nossa capacidade transformadora e nos capacitamos para galgar os degraus que nos afastam (ou aproximam, a depender do ponto de vista) do objetivo a ser alcançado.
E sofremos - todos no mundo sofrem! - tanto as vicissitudes da realidade material quanto os conflitos íntimos resultantes dos necessários choques relacionais, com vistas ao aprendizado comum.
É que a Terra é ainda um mundo de provas e expiações, conforme declararam os Espíritos Superiores à apreciação de Allan Kardec, Codificador da Doutrina Espírita. Isso quer dizer que a reencarnação não traz ninguém a uma colônia de férias para diversão.
Ao contrário, todos os seres em estágio no planeta têm contas a prestar por aqui. Criminosos renitentes vêm cumprir pena e deixarão a prisão por bom comportamento; enfermos obterão alta médica uma vez cumpridas as recomendações com vista à cura; e alunos repetentes serão promovidos desde que aprendam a lição, vencendo a própria ignorância.
Ao lado deles, a divina Providência coloca carcereiros responsáveis, profissionais de saúde gabaritados e educadores dedicados que os auxiliarão na conquista da liberdade, do revigoramento orgânico e do progresso, pelo esforço, disciplina e estudo voltados para a auto superação.
O sofrimento, portanto, tem uma finalidade útil e deve ser encarado sempre pela ótica da obediência às leis de Deus, presentes na consciência de todos, e da resignação aos impositivos dessa legislação sempre educativa e jamais punitiva.
Somente quando, por rebeldia, optamos por seguir a própria vontade, desobedecendo, distraídos quanto ao caminho a seguir, os códigos que a Divindade insculpiu no âmago de nosso ser, é que o sofrimento se abate sobre nós em sua feição torturante.
Mas é nosso dever despertar com urgência para a Verdade ensinada pelo Cristo e aceitarmos a mão amiga que ele nos oferece e assim caminhemos com segurança para frente e para o alto, não mais voltando a errar.

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