Esta data no Evangelho (27 de julho)

Francisco Muniz



Como Mateus tem sido pouco estudado aqui, troquei João por ele, que no capítulo 27 de seu livro aborda o início do julgamento de Jesus por Pilatos. Estamos no dia 27 de julho e interessa-nos, então, comentar o teor do versículo 7, referente ao mês, e assim vamos ao texto, que traz o desdobramento da morte de Judas, o apóstolo "traidor":
 
"Assim, depois de deliberarem em conselho ["os chefes dos sacerdotes"], compraram com elas (as 30 moedas de prata pagas a Judas) o campo do Oleiro para o sepultamento dos estrangeiros."

Cobrador de impostos por profissão, o evangelista Mateus era, como a maioria dos judeus instruídos, conhecedor das tradições judaicas e nessa passagem revela o cumprimento das profecias de Isaías referentes ao Messias. Assim, estava previsto que os responsáveis pela prisão do Nazareno comprassem um campo chamado "do Oleiro" existente em Jerusalém àquela época, vários séculos após a profecia.

Isso nos leva a considerar que alguns - não todos! - acontecimentos obedecem a um planejamento prévio do qual alguns homens são informados com a incumbência de fazer a necessária divulgação. Desse modo se poderá dizer depois que o fracasso observado não se deu por falta de aviso.

Importa notarmos que o Novo Testamento confirma grande parte do que se registrou no Antigo Testamento, além de fazer predições sobre o que acontece neste momento no mundo e na Humanidade, com a finalidade de compreendermos as lições e nos prepararmos para os desdobramentos desses mesmos fatos.

Poderíamos pensar, a partir dessas considerações, que o homem está submetido a um destino implacável, julgando que tudo estaria prévia e inapelavelmente determinado. No entanto, não é assim. Como diz a sabedoria popular, Deus põe e o homem dispõe, ou seja: detentor do livre arbítrio que o permite escolher como, com quem e por onde caminhar, o homem é o autor das próprias alegrias quanto dos infortúnios que experimenta.

Judas é um bom exemplo. Suas ações o levaram a optar pela fuga através do suicídio, por incapacidade de gerenciar as próprias emoções decorrentes da entrega de Jesus aos doutores da Lei.

É preciso, portanto, aprendermos a usar o livre arbítrio com responsabilidade, vendo nele um precioso recurso que a Providência nos faculta para nosso crescimento espiritual, porquanto Jesus nos avisou que a cada um será dado de acordo com as próprias obras.

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