Esta data no Evangelho (23 de julho)

Francisco Muniz


No início dos anos 2000 eu estava envolvido na edição da revista Visão Espírita, de saudosa lembrança, e participava de uma lista de leitores e simpatizantes do Espiritismo para a qual diariamente enviava respostas às questões que algumas pessoas enviava à nossa conta em determinado site da Internet.

Só que, para isso, eu, pobre de Jó, usava o computador da Universidade, sendo que meu trabalho profissional consistia em, no fim de cada tarde, enviar material informativo a uma lista de funcionários.
 
Numa dessas vezes, enviei para a os integrantes da lista da UFBA a informação que deveria ir aos companheiros espíritas. Mas só percebi o engano porque um - só um! - de meus colegas da Universidade, um cientista pesquisador da área biomédica, esbravejou: "Me deixem trabalhar em paz!"

Pois bem, esse fato me veio à memória hoje, 23 de julho, ao abrir o Evangelho de Lucas no capítulo 7, referente a este mês, e ler, no versículo 23, estas palavras:

"(...) e feliz aquele que não ficar escandalizado por causa de mim!"

Sim, minha atitude no trabalho, há 20 anos, escandalizou alguém por causa de Jesus e esse fato é passível de ser observado na atualidade, uma vez que muita gente ainda guarda prevenções ao modo como se vive o Evangelho e, por suas desventuras perante as provas que realize na Terra, fazem restrições ao Cristo e seus continuadores.
 
É que a obra desinteressada do Bem incomoda o ambiente onde o mal prepondera, qual a Terra neste momento.

Mas é útil ressaltar que a passagem destacada integra a resposta que o Mestre ofereceu aos enviados de João Batista, o qual desejava saber se o Nazareno era mesmo o Messias esperado. Jesus, então, relaciona seus feitos (João, seu primo, preso na ocasião masmorra do rei Herodes, merecia essa deferência!): os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciado o Evangelho.

Tudo isso consistia escândalo para os judeus indiferentes à proposta libertadora do Cristo, especialmente os fariseus detentores do poder no âmbito da religião, amigos da letra fria dos textos de Moisés, do Judaísmo, razão pela qual é feita observação final de Jesus quanto à bem aventurança dos crentes.

Mas o Mestre vinha da parte de Deus e dava-se a benefício de todos que queriam aprender as lições novas para alívio de seus muito dramas, recebendo o consolo misericordioso do Filho do Homem, como ele e por causa dele renovando as esperanças de uma vida melhor na amplitude do Reino dos Céus.

Assim, concluímos, ante toda sorte de desventuras experimentadas na dureza da vida material, é preciso acreditar que com o Cristo enxergaremos melhor, andaremos com mais firmeza, nossas chagas morais serão purificadas, ouviremos a voz da Verdade e ressuscitaremos para a Realidade do Espirito imortal, uma vez que as luzes do Evangelho compensará nossa indigência espiritual. E bem felizes seremos por termos acreditado!

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