Esta data no Evangelho (22 de julho)

Francisco Muniz


Mais uma vez, a busca aleatória no Novo Testamento nos levou ao Apocalipse e a passagem que nos cabe comentar neste 22 de julho, sob as luzes da Doutrina Espírita, é a do versículo 7 do capítulo 22, exatamente o que fecha do livro do evangelista João:

"Eis que eu venho em breve! Feliz aquele que observa as palavras de profecia deste livro."

Antes de João, Jesus fora profeta - Allan Kardec nos diz que uma das principais acepções dessa palavra é "aquele que ensina" - e deixou-nos, em meio a seus ensinamentos, diversas predições acerca dos "últimos dias" , ou "últimos tempos", que devem ser entendidos como estes dias atuais, nos quais identificamos os acontecimentos que se repetem à exaustão, confirmando as verdades do Evangelho.
Ainda que religiosos de outras denominações cristãs apregoem uma segunda vinda de Jesus, nós, espíritas, acreditamos que o Cristo, ou seja, o Espírito angélico que aqui esteve encarnado na personalidade de Jesus, sempre esteve e estará conosco, suas ovelhas, mormente quando admitimos ser ele o Espírito de Verdade.

E para que tenhamos mais certeza dessa verdade, lemos no capítulo VI de O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE) estas palavras esclarecedoras nas quais o Mestre se revela por inteiro: "Venho, como antigamente entre os filhos transviados de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. (...)"
O Espiritismo, portanto, é revelação divina aos homens, especialmente aqueles de boa vontade cuja fé os faz aceitar os fatos espíritas sem espírito de sistema. Assim esclarecidos, os aprendizes da Doutrina Espírita, afeiçoados ao estudo e à vivência do Evangelho, conseguem ver a chegada e confirmação dos tempos preditos.

A esse respeito, vale recordar as ponderações contundentes do Espírito Erasto, também no ESE (cap. XX, item 4 - "Missão dos espíritas"): "Não ouvis já se agitar a tempestade que deve dominar o velho mundo e tragar no nada a soma das iniquidades terrestres? Ah! bendizei o Senhor, vós que haveis posto vossa fé em sua soberana justiça e como apóstolos da crença revelada pelas vozes proféticas superiores, ide pregar o dogma novo da reencarnação e da elevação dos Espíritos, segundo tenham, bem ou mal, cumprido suas missões e suportado suas provas terrestres."
 
Ora, na passagem destacada do Apocalipse, João afirma que são (ou serão) felizes os que observam as palavras grafadas em seu livro. Mas essa observação deve ser a própria prática das recomendações ali feitas, porquanto os novos tempos exigem maior participação dos aprendizes da verdade na obra de regeneração do planeta e da Humanidade. Trata-se, portanto, do trabalho abnegado que produzirá os frutos doces da convivência com o Cristo e seus emissários junto a nós.

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