Esta data no Evangelho (20 de julho)

Francisco Muniz



O versículo 20 do capítulo 7 da primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, tratando do tema "Casamento e virgindade", permite-nos diferentes interpretações e vamos nos permitir distanciar do assunto em tela para comentarmos uma lição mais afeita ao comportamento espírita, uma vez julgando ser o Espiritismo a revivescência da Doutrina de Jesus em toda sua pureza, o que o Apóstolo dos Gentios soube tão bem divulgar. Eis, portanto, a passagem:

"Permaneça cada um na condição em que se encontrava quando foi chamado."

É uma atitude humana, creio, a pessoa que se inicia num conhecimento religioso assumir uma postura hierática, de santidade, sem perceber que isso é, a princípio falso,
 
Tal comportamento remonta, muito possivelmente, a vidas passadas, quando os processos de iniciação mística estabeleciam rituais, os quais ficaram impregnados no subconsciente do aprendiz.

Ora, a Doutrina Espírita, a esse respeito, não é como as religiões tradicionalistas, pois não apresenta sacerdócio nem hierarquias sacerdotais, muito menos uma ritualística tão ao gosto do culto exterior.
Ao contrário das práticas convencionalistas, o Espiritismo apresenta-se com uma simplicidade que desconcerta os amantes da tradição, principalmente no tocante ao proselitismo que não estimula.

O Espiritismo, portanto, não fabrica santos, assim como a morte não transforma ninguém. Apenas esclarece os profitentes quanto a assumirem as responsabilidades que lhes pesam sobre os ombros, com vistas à evolução, à vida futura.
 
Do que o aprendiz deve se conscientizar é a necessidade de sua reforma interior, através dos processos de autoconhecimento que o libertará dos atavismos próprios das experiências transatas.

É, assim, imperioso compreender-se a proposta revolucionária do Cristo, a partir do divórcio do aprendizado anterior, conforme suas palavras aos judeus de seu tempo, válidas para os dias de hoje: "Ouvistes o que foi dito aos antigos; eu, porém, vos digo..."

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