Esta data no Evangelho (19 de julho)

Francisco Muniz



Hoje, 19 de julho, recorremos ao livro de Mateus para comentar o versículo 7 do capítulo 19 ("Perguntas sobre o divórcio"), que trata de um tema bastante atual, a despeito de ser antigo, ressaltando a dificuldade que ainda encontramos na convivência com o outro. Vejamos a passagem:

"Eles, porém, objetaram: 'Por que, então, ordenou Moisés que se desse carta de divórcio e depois se repudiasse?'"

Essa pergunta foi feita por um grupo de fariseus tencionando preparar uma armadilha para Jesus, que argumenta a dureza do coração dos antigos hebreus como justificativa para a atitude do grande Legislador.

Com efeito, após mais de dois mil anos após as orientações do Cristo quanto à vivência do amor - "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei." -, ainda nos vemos capazes de perpetrar violências contra a mulher.

Continuam em voga, lamentavelmente, os casos de feminicídio, que cresceram exponencialmente durante esta recente pandemia, escancarando o desrespeito, a incompreensão e a falta de companheirismo por parte do homem em relação àquela que o elegeu para partilhar as experiências comuns com vista ao crescimento coletivo.

Em razão disso, deixaremos de parte os casos em que a mulher é o ser violento, pois os há, para tratarmos apenas da milenar questão do patriarcalismo, que leva o ser masculino a submeter sua contraparte feminina, na forma do equivocado conceito machista, provocando naturalmente a também equivocada reação do feminismo.

Embora ainda se observe, entre os herdeiros da cultura judaico-cristã, a superada vigência das determinações mosaicas, o fato é que seguimos repudiando a mulher, negando-lhe importância na harmonia da condição masculina e desprezando sua própria essência feminina.

Contudo, a Doutrina Espírita nos diz que o sexo, apesar de suas funções sagradas, é apenas um atributo dos corpos materiais e o Espírito, por suas necessidades evolutivas, realizará seu aprendizado tanto como homem quanto como mulher.

Desse modo é que se quebrará o círculo vicioso das agressões cármicas (*), na base do "olho por olho, dente por dente", o que se dará tanto mais brevemente quanto mais rápido seja o aprendizado transformador das relações. E lições para isso não faltam, vamos convir.

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(*) Cármico, derivado de carma, é tão somente aquilo resultante da Lei de Causa e Efeito, ou de Retorno.

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