Esta data no Evangelho (16 de julho)

Francisco Muniz



"Jesus lhes respondeu: 'Minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou."

Essa passagem corresponde ao versículo 16 do capítulo 7 do Evangelho de João e vamos comentá-la, sob as luzes da Doutrina Espírita, neste dia 16 de julho, seguindo nosso programa habitual.

O Mestre assim se expressou porque ouvira os judeus, certamente os fariseus doutores da Lei, falarem coisas do nível desta pergunta: "Como entende ele de letras sem ter estudado?" Era a Festa das Tendas, mais uma das festividades tradicionais do Judaísmo, e Jesus havia subido a Jerusalém ocultamente, "porque os judeus o queriam matar".

Ora, muito pouco se sabe da vida de Jesus dos 12 aos 30 anos, quando ele começou sua pregação. Não se pode dizer que ele não tenha estudado, uma vez que sabia ler e era versado nas Escrituras. Além disso, é célebre sua conversa de igual para igual com os doutores da Lei no Templo, aos 12 anos de idade, quando seus pais deram por sua falta na comitiva que voltava para Nazaré.

Mas vamos ao que de fato interessa: Jesus afirma que a doutrina que ensinava não era sua, mas provinha de Deus, de modo que tudo que fazia era repetir o conhecimento antigo, original, representativo da Verdade absoluta.

Essa verdade é aquela que o Espírito de Verdade proclama no Capitulo VI de O Evangelho Segundo o Espiritismo ("O Cristo consolador"), referindo-se à sua missão no mundo, agora como há mais de dois mil anos:

"Venho, como antigamente aos filhos transviados de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como antigamente minha palavra, deve lembrar aos incrédulos que acima deles reina a verdade imutável: o Deus bom, o Deus grande que faz germinar a planta e eleva as ondas. Revelei a Doutrina divina e, como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso na Humanidade e disse: Vinde a mim, todos vós que sofreis!"

A Doutrina divina, portanto, para ficar bem claro, é o amor expresso pelas sábias leis, todas elas impressas na consciência do homem e que, por serem esquecidas muito facilmente, precisam ser lembradas ocasionalmente.

No atual panorama do mundo, marcado tanto pela incredulidade de alguns quanto pelos tormentos experimentados pela maioria, é cada vez mais necessário se observar a obediência à Vontade de Deus, que o Messias resumiu numa frase tão simples quão profunda: "Que vos ameis uns aos outros".

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