Esta data no Evangelho (14 de julho)

Francisco Muniz


Do Evangelho de Lucas vem, mais uma vez, o assunto de nosso comentário neste dia 14 de julho, de modo que destacamos o versículo 14 do capítulo 7, que versa sobre a "Ressurreição do filho da viúva de Naim":

"Depois, aproximando-se, tocou o esquife, e os que o carregavam pararam. Disse ele, então: 'Jovem eu te ordeno, levanta-te!"

Narra o evangelista que Jesus havia se compadecido daquela mulher que, além de viúva, havia "perdido" seu único filho para a morte. Ora, de acordo com as tradições daquele povo, marcadas por um patriarcalismo severo, ela estaria relegada ao abandono sem o arrimo que o filho lhe daria.
Era necessário, portanto, que o "morto" voltasse à vida e cumprisse as responsabilidades que lhe cabiam junto a sua mãe, posto que, aos olhos de Deus, nada havia para aumentar as agruras das provas que a trouxeram à Terra.

É então que Jesus se aproxima: "Eu vim salvar o que estava perdido." - a salvação nos chega pela compaixão! Salvamo-nos quando demonstramos compaixão pelos infortunados, assim como quando alguém se compadece de nós e nos mostra outras possibilidades de bem viver.

Essa passagem ilustra o quarto mandamento da Lei: "Honrai o vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na Terra, que o Senhor vosso Deus vos dará", e nos chama a atenção para os deveres que temos para com aqueles por quem chegamos ao mundo e deles recebemos as primeiras orientações para nos conduzirmos na vida.

O desprezo aos pais idosos é algo odioso e no tópico sobre a piedade filial, no capítulo referente ao tema em O Evangelho Segundo o Espiritismo, lemos que "honrar a seu pai e a sua mãe não é somente respeitá-los: é assisti-los na necessidade, proporcionar-lhes o repouso na velhice, cercá-los de solicitude como fizeram por nós em nossa infância".

Vale observar que a necessidade de tal mandamento só se justifica porque desde há muito tempo muitos jovens têm se eximido de suas responsabilidades para com seus genitores, infringindo assim a Lei de Deus inscrita na consciência de todos os filhos do Altíssimo.
 
Jesus vem, porém, para perto dos que tinham morrido para o cumprimento desses deveres e, compadecido, faz-nos levantar para o desempenho das tarefas junto a todos aqueles que, na Terra, atuam no papel de pai e mãe.

Para tanto, não nos prenderemos às noções materialistas de consanguinidade ou vínculo familiar, porque somos todos membros da grande família universal, consoante o ensino do Mestre, que do alto da cruz do sacrifício, observando a seus pés sua genitora e o discípulo amado, João, disse-lhes: "Mãe, eis aí teu filho; filho, eis aí a tua mãe!"

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