Esta data no Evangelho (10 de julho)

 Francisco Muniz

Aberto o Evangelho de Mateus no capítulo 10 (“Missão dos doze”), eis que o versículo 7, continuando a recomendação de Jesus quanto os apóstolos preferirem pregar “às ovelhas perdidas de Israel”, traz-nos o seguinte:

“Dirigindo-se a elas, proclamai que o Reino dos Céus está próximo.”

Até hoje, passados mais de dois mil anos, ainda nos perguntamos o que é o Reino dos Céus, ou Reino de Deus (Mateus, seguindo a tradição judaica, tinha escrúpulos quanto à citação do nome de Deus e preferia a expressão Reino dos Céus, o que quer dizer a mesma coisa), referenciado pelo Mestre nazareno.
Mas Ele mesmo disse, em várias ocasiões, que esse reino não vem com aparências externas. Ao contrário, ele é construído no coração de cada um que se afeiçoe às propostas revolucionárias trazidas por Jesus ao mundo, transformando-se a si próprio através da adoção de atitudes consentâneas com as divinas leis.
Quanto a isso, questionado como se deve adorar ou amar a Deus, o Messias explicou (Lucas, 10) que tal adoração dever ser de todo coração (sentimento), de todo entendimento (consciência), de todas as nossas forças (fibra moral); e junto a esse mandamento está o segundo, semelhante ao primeiro: amar o próximo como a si mesmo.
Jesus também declarou que o Reino de Deus é seu reino também e observou está no meio de nós, de todos nós que nos reconhecemos cristãos, de modo que o Senhor está em nós, naquela dimensão espiritual que chamamos de crística, a instância que mais nos aproxima da esfera divina.
O Reino dos Céus, portanto, encontra-se em nós mesmos, em nossa essência espiritual, de origem divina, só esperando o momento de nosso despertamento e consciência do que somos para se realizar em nós e então se manifestar além de nós mesmos.
Tudo isso se dará quando nos conscientizarmos de nossa condição de espíritos imortais, herdeiros da Divindade em processo de crescimento para a definitiva união com Deus, quando então entenderemos por que o Cristo disse “Eu e o Pai somos um”.