O adultério nosso de cada dia

Francisco Muniz





Na conhecida passagem evangélica (João 8:1-11), uma mulher acusada de ter adulterado foi levada a julgamento público. No entanto, ela não errou sozinha. Não deveria seu parceiro também ser levado ao tribunal?
Interpretando o fato, o Espírito Emmanuel (1) nos interpela fazendo-nos considerar que nesse episódio Jesus - feito juiz dos atos daquela mulher - propõe aos acusadores julgar primeiro a própria consciência antes de lançarem pedras à conduta alheia.
Trazendo a lição para nós, hoje em dia, vemos que nossa consciência continua maculada, porquanto ainda somos capazes de adulterar. Este verbo significa ser desonesto quanto aos princípios de retidão já conhecidos e/ou adotados, de modo que, analisando-nos em profundidade, não temos sido tão fiéis ao Cristo quanto gostaríamos.
Nosso Mestre segue pedindo-nos fidelidade quanto ao respeito, à tolerância e à aceitação do próximo como ele se encontra, procurando ajudá-lo no reerguimento o quanto possível, sabedores de que ele, tanto quanto nós mesmos, também é chamado ao conhecimento da verdade que liberta e transforma.
Não julgar é a atitude mais meritória na abordagem dos fatos relativos ao comportamento alheio e para isso devemos atender a outro apelo do Cristo: "Aquele que desejar me seguir renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me." (Mateus 16:24-28)

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(1) Xavier, Francisco C. - Pão Nosso, pelo Espírito Emmanuel, cap. 85, ed. FEB, RJ.

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