Água-mãe

Francisco Muniz


Presente em várias culturas, o mito da Rainha do Mar é universal. O folclore europeu contempla as nereidas ou sereias, entidades protetoras de fontes, rios e mares.
Os colonizadores portugueses encontraram os índios adorando a Iara, ou Mãe D'Água, e logo a identificaram com a Iemanjá dos negros africanos escravizados.
Em lugar nenhum do mundo a crença nos espíritos das águas encontrou terreno mais fértil para se propagar do que no Brasil, onde o misticismo é levado à potência máxima.
Odoyá!

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Mas é necessário aprofundar o entendimento acerca de questões como essas. Que são, em verdade, essas entidades senão os seres elementais responsáveis pela guarda e execução de serviços nos reinos da Natureza, controlando, sob as ordens do Alto, os fenômenos atinentes ao fogo, à terra, à água e ao ar?
Allan Kardec nos fala deles em O Livro dos Espíritos, explicando que são a evolução do princípio espiritual, numa condição transitória antes de alcançar o status de Espírito propriamente e encarnar unicamente na espécie humana.
Nesse estágio, os elementais já venceram as etapas encarnatórias nos reinos inferiores, o que se deu em outros mundos, segundo nos revelaram os Espíritos Superiores.
Entende-se, portanto, que o princípio espiritual já realizou experiências nos reinos mineral, vegetal e animal. Daí se compreende a expressão de Léon Denis: "O espírito dorme na pedra, sonha no vegetal, desperta no animal e vive no homem."

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