Justiça de Deus

Irmã Rafaela


Muitas vezes gostaríamos de interferir em certos acontecimentos, especialmente aqueles em que vemos ameaçada a tranquilidade de seres amados. Mas não temos esse poder, porquanto o amor de nosso Pai é ação benfazeja na vida de todos, embora a incompreensão quanto às ocorrências dolorosas em que muitos estão envolvidos.
Deixemos, pois, que as provas sigam seu curso, por decorrência da justa aplicação das sábias leis. Que mais podemos fazer senão aceitar resignadamente, isto é, compreendendo que a sabedoria e a bondade divina regem todos os acontecimentos da vida? Somente a rebeldia dos homens é capaz de opor obstáculos à suave assistência da misericórdia de Deus, que a cada um distribui de sua justiça conforme o merecimento de seus filhos.
É preciso confiar, agradecer e esperar, na certeza de que as provas serão superadas quando bem cumpridas, como alunos que se esmeram para corresponder às lições escolares.
Coragem - é o que pedimos a todos, posto que nada está fora de controle. A confiança que se deve ter no Pai e em suas atitudes, em prol do equilíbrio de suas criaturas, deve ser incondicional, uma vez que Ele, sim, é quem estabelece as condições que os homens, na Terra, precisam observar, a fim de que encontrem as respostas e o alívio de que necessitam.
A vida é bem precioso, mas a incúria das criaturas faz com que esse benefício se perca pelos descaminhos que o homem escolhe, portando-se contrariamente à vontade do Pai. De tanto distorcer a verdade com finalidades egoísticas, o homem agora sofre as consequências dolorosas de seus gestos impensados e é natural, portanto, que a lei venha em seu socorro, proporcionando-lhe os recursos educativos da dor e da limitação em vários sentidos da vida física.
Estar na Terra, hoje, nessas condições, é bem aos muitos merecedores e essa oportunidade não deve ser menosprezada, sob pena de se verem agravados os débitos com a Suprema Lei. Confiança, portanto, é o que devemos ter no trabalho saneador que o Cristo realiza no planeta, dispondo as criaturas no sentido de colaborarem com tão belo quanto precioso encargo.
A grandeza de Deus e seus propósitos não deve ser medida pela ótica imperfeita da condição humana, mas o quanto possível o homem precisa ampliar sua capacidade de percepção e compreender que ele não é mero joguete de forças imponderáveis nem do acaso. Ele é, sim, instrumento de cooperação da Divindade no trabalho renovador, o que se evidenciará pela transformação individual de cada criatura.
É tempo, pois, de cooperação, de aceitação do que se recebe, tempo de espera e trabalho solitário, silencioso, mesmo em meio a toda dor, para fazer valer a presença do homem no planeta. Os dias tormentosos ainda não cessaram, mas é possível antever as claridades de nova manhã, quando as luzes celestiais brilharam sobre todos com muito mais intensidade.

Comentários