Iconoclastia ou idolatria?

Francisco  Muniz




Toda essa celeuma em torno da depreciação da "imagem" de Jesus se deve a um equívoco biblicamente explicável.
No livro que judeus e cristãos dividem, encontram-se, no Velho Testamento, os dez mandamentos da lei de Deus recebidos por Moisés.
O primeiro desses mandamentos prega que não se deve fazer nem adorar imagens de nada que esteja no céu nem que esteja na Terra.
O Cristo, em vários momentos de sua pregação, deixou claro que veio confirmar a lei e não destruí-la.
E mais: ele ensinou que só se deve adorar a Deus. Como filho de Deus, jamais pediu exclusividade ou participação nos atos de adoração.
No máximo, limitou-se a dizer que nosso amor por ele deve ser manifestado pelas atitudes de caridade e compaixão pelo próximo.
Dito assim, conclui-se que nossa repulsa à iconoclastia dos outros só ofende a nossa equivocada idolatria.
Quando amadurecemos um pouco mais nosso senso de compreensão das coisas sagradas, perceberemos que toda adoração é um ato íntimo e individual no sentido de aprimorar nossa condição espiritual no caminho da evolução.

Comentários