Orientações de Manoel Philomeno de Miranda

Francisco Muniz

De autoria do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, “Reencontro com a Vida” é um dos livros que estudaremos ao longo deste ano no Aprimoramento Mediúnico. Trata-se de uma obra peculiar na vasta produção psicográfica do médium Divaldo Franco, oferecendo profundos ensinamentos aos trabalhadores da mediunidade interessados em compreender as condições dos espíritos comunicantes, a fim de melhor aplicar-lhes a psicoterapia necessária, bem como prepararem-se para os
cometimentos do futuro, no retorno ao plano espiritual, com a morte do corpo físico. Nesse livro, o autor espiritual salienta que “em tudo vige a providencial presença de Deus, que trabalha em favor da felicidade e do progresso em todas as dimensões do Universo”, de forma que suas criaturas, uma vez despertas para a Realidade do Espírito Imortal, devem participar desse propósito divino engrandecendo o quantum de universo que lhes cabe observar em si próprias.
Para que entendamos bem a razão do título da obra, recordemos que o poeta Vinicius de Moraes observou, num de seus poemas famosos, que “a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”, levando-nos a refletir, com Manoel Philomeno, que esse desencontro é motivado pelos distúrbios a que os Espíritos encarnados se entregam por não saberem ou conseguirem desenvolver os processos de superação da condição enfermiça que os trouxeram à reencarnação, agravando-os no retorno ao Plano da Verdade, quando a consciência passa a executar seu “papel” de júri e juiz. Daí a proposta do reencontro com a vida, uma vez que os seres atormentados consciencialmente recebem nova oportunidade de correção, vindo outra vez à dimensão
física para as ações de reparação e reajuste, retomando enfim o rumo para o encontro da própria felicidade.
Os temas abordados em cada capítulo falam-nos das condições enfermiças a que estão sujeitos os Espíritos desprevenidos ante os impositivos da Vida, recebendo de Manoel Philomeno de Miranda títulos como “Induções hipnóticas obsessivas”, “Perturbações psicológicas”, Exorcismo inútil”, “limpeza psíquica”, dentre vários outros. O autor também apresenta conceitos em torno da “Preparação para a morte” e “O despertar para a realidade”, mostrando que o que se delineia no plano
material concretiza-se no mundo espiritual de acordo com a condição mental ou consciencial das criaturas de Deus.
Dissemos que se trata de um livro peculiar e esta característica vamos observar na forma como foi idealizado: estruturado em duas partes, na primeira o autor espiritual se vale da oportunidade em que Entidades espirituais sofredoras se comunicam nas reuniões mediúnicas de que Divaldo Franco participava, no C. E. Caminho da Redenção, para oferecer as páginas elucidativas correspondentes aos diversos casos ali abordados. Na segunda parte, além das mensagens de Philomeno de Miranda são relacionadas também comunicações selecionadas desses Espíritos atendidos que, à semelhança do que Allan Kardec fez no livro O Céu e o Inferno, narram suas desventuras, assim colaborando para as reflexões de devemos fazer para a renovação de nossas atitudes, sob pena de nos vermos ainda marcando passo em nossa jornada evolutiva, contrariando os propósitos divinos.
Mas tanto na primeira quanto na segunda parte do trabalho, Philomeno busca nos fazer considerar a importância desse reencontro com a vida através do prisma da morte física, uma vez que a vida não sofre solução de continuidade com a derrocada do corpo perecível, dada a imortalidade do ser pensante. Assim, diz o autor espiritual que “a morte a nada e a ninguém poupa. Desde que se trate de um ser senciente, seu gume lhe ceifa a vida, seja na câmara uterina, na infância rósea, na juventude risonha, na idade adulta...”, de modo que, nesse livro, “o leitor aprenderá que a morte, apesar de inspirar medo e pavor, é a grande mensageira da realidade que a todos aguarda, e que morrer não significa extinguir-se, mas simplesmente passar de uma situação vibratória para outra”.

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