Sempre o perdão

Francisco Muniz


A cada vez que abrimos o precioso livro que é O Evangelho Segundo o Espiritismo, uma lição nos salta ao entendimento, embutida em cada um dos tópicos elaborados por Allan Kardec sob a assistência dos bons Espíritos: "Perdoai para que Deus vos perdoe". O doce apelo do Cristo nos remete à mais bela e proveitosa ação caritativa - a prática do perdão incondicional, como forma de fazermos valer nossa presença na Terra como espíritos reencarnados necessitados do reajustamento perante as divinas leis.
Perdoar, assim, é tarefa da primeira hora e para tanto a Misericórdia Divina nos oferece a todo instante as oportunidades de bem a executarmos, seja nas experiências difícies no ambiente familiar, seja nas diversas situações da vida relacional. Encontramo-nos spresentemente num mundo de provas e expiações compatível com nossa condição evolutiva e por isso não podemos fugir a esse desiderato, uma vez esclarecidos a tal respeito.
Há que perdoarmos, portanto, a todos que de alguma forma nos ofenderem, maltratarem ou atentarem contra nós por qualquer meio; devemos perdoar a todas as pessoas indistintamente, por qualquer coisa que nos façam, para que depressa transitemos da condição inferior para o padrão imediatamente superior de nossa jornada em prol do crescimento espiritual.
Pelo exercício do perdão somos instados a cumprir a Lei de Deus, observando que a cada reencarnação temos ocasião de desculpar os erros do próximo e também pedirmos desculpa para os equívocos que nós mesmos cometemos. Compreendemos que a observância da Lei de Amor não prescinde do perdão e que por ele desenvolvemos os caracteres da perfeição a dim de nos tornarmos homens de bem.
Do mesmo modo, enxergamos nessa prática o móvel da missão do homem inteligente na Terra, entendendo que o perdão se faz tanto a encarnados quanto a desencarnados, a amigos e pretensos inimigos, especialmente aos criminosos, como a mais sublime forma de caridade apregoada e exemplificada pelo Cristo Jesus.
Por esse impositivo o abnegado instrutor espiritual Bezerra de Menezes nos dá esta orientação, através da abençoada mediunidade de Divaldo Franco: "Espíritas, o tempo urge. Amai. Se não puderdes amar, perdoai. Se o perdão encontrar obstáculo, desculpai; se houver dificuldade em desculpar, tende misericórdia de vossos irmãos".
Como se percebe, o perdão é atitude de subida importância na economia do Espírito e sua necessidade se prende ao nosso anseio, mesmo inconsciente, de evoluir. Não percamos tempo, então, e façamos o imprescindível exame de consciência, ampliando-a para a compreensão dos divinos desígnios, e ao mesmo tempo abramos o coração para incluirmos todas as criaturas em nossa aventura no rumo do infinito...

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