(texto das orelhas do livro “Otimismo e atitude sempre”, de João Fernando
Gouveia)
Francisco Muniz
Cremos que o humor seja a maneira mais expressiva de o homem
manifestar seu posicionamento perante a vida. O fato de podermos rir de nossas
angústias ou das situações mais estapafúrdias revela nossa disposição em
levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima toda vez que cairmos. Ainda
que por vezes alguém, mal humorado, teime em se manter no chão, com a falsa
crença de que assim evitará nova queda...
William Ward cunhou um aforisma: “O pessimista se queixa do
vento; o otimista espera que ele mude; o realista ajusta as velas”. Vemos nele
uma verdade holística. Afinal, o realista parece abarcar mais amplamente a
dimensão das coisas e das circunstâncias, ajustando suas condições à realidade
dos fatos, transcendendo a horizontalidade da situação meramente material. É
que, nesse caso, o realista vê mais longe do que permite o momento presente.
Sua percepção alcança o patamar cósmico e ele compreende sua própria dimensão
transpessoal, procurando posicionar-se no hoje que é também amanhã, é futuro,
ou seja, o passado transmudado em conhecimento pelas lições que deixou no
presente que se aproveita convenientemente, sem espaço para tergiversações: ele
constrói sua vida, influenciando outras, da melhor maneira possível, do modo
mais proveitoso e estimulante que consiga.
Será desnecessário comentar a posição do pessimista, preso
no negativismo da incompreensão que o afasta daquela dimensão cósmica da vida, mesmo
que momentaneamente, pelo simples desconhecimento de si próprio.
Falemos, pois, do otimista para consubstanciar esta
introdução ao trabalho de João Fernando Gouveia, ele também um otimista
incorrigível, graças a Deus, pelos motivos que traçaremos a seguir.
É do otimista o manter-se na expectativa vibrante do melhor,
na certeza nem sempre consciente, porém, de que tudo vai melhorar. É mesmo um
sentimento quase instintivo, pois sabemos
que tudo tende ao progresso, ao aperfeiçoamento, ainda que aos olhos
imediatistas tudo pareça estar indo a pique. O otimista, então, tem esperança,
uma fé inquebrantável num futuro feliz. Sabe, lá no íntimo, que é preciso
navegar, muitas vezes em meio à tempestade, porque os desafios são parte
importante da vida e superá-los sempre é viver.
Por isso, o otimista é o preâmbulo, a etapa anterior do
realista. A ele compete içar as velas, manter o leme firme no rumo traçado e
aproveitar o vento: navegar, conforme ressalta o escritor Luiz Gonzaga
Pinheiro, “que a casa do navegador é o oceano”. É disso, dessa força
impulsionadora do vem viver, que João Fernando Gouveia fala neste seu novo
livro, da possibilidade concreta de modificar as situações adversas, através do
escorço consciente e da vontade determinada. Todos somos capazes de realizar
grandes feitos, podemos deixar de nos arrastar no chão e alcançar as estrelas e
saber disso nos torna verdadeiramente otimistas e, mais que isso,
prazerosamente realistas.
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