Mediunidade a serviço da imortalidade

(Texto extraído da revista O Espírita, de Set./Dez. de 2013.)


O profeta Jereemias (46:18) dá o Tabor como símbolo do poder de Deus. O rei Davi (Salmo 88:13) o exalta no Salmo como referência para a verdadeira alegria. Os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas destacaram o fenômeno da transfiguração e da materialização em seus apontamentos, numa das mais impressionantes passagens do Evangelho.
Entre todos, Jesus escolheu apenas três apóstolos: Pedro, João e Tiago para acompanhá-lo ao cume do Monte. Possivelmente, os três eram médiuns de efeitos físicos e colaboraram, sem o saberem, com o sucesso do evento. Lá, as vozes do céu consagraram o cristo: "Este é o filho dileto de Deus".
Moisés e Elias, como legítimos representantes da raça judaica, ali estavam visíveis e o rosto e as vestes de Jesus resplandeciam como o Sol. Pairava uma felicidde tão intensa que Pedro desejou armar três tendas para alojá-los e perpetuar aquele momento: "Senhor, como é bom estarmos aqui." (Mt, 17:4)
Para a comunidade espírita-cristã, além da prova da imortalidade da alma, a transfiguração e a materialização no Monte Tabor sugerem a integração de interesses e sentimentos que devem nortear os nossos atos nos dias que correm. Por que Jesus materializou Moisés e Elias, e não João Batista, que fora seu precursor?
Moisés, Elias e João Batista são o mesmo espírito em encarnações diferentes. A explicação passa pelo fato de que João Batista criticara fortemente as imoralidades de Herodes. Se ele aparecesse no Monte provocaria uma revolta nos poderes dominantes, dificultando a mensagem de Jesus.
Compreendemos como uma atitude de extrema inteligência e sabedoria divina. Ao homenagear duas das mais importantes lideranças do judaísmo, o Cristo deu uma lição de fraternidade em seu sentido mais absoluto.
Fica o exemplo! Quando há tanta inveja nos ambientes religiosos, em que irmãos de fé deveriam se respeitar, promovem a desagregação que campeia em todos os meios, como obra pérfida do espírito do anticristo, como tão bem coloca o Apocalipse. Não servem ao Cristo, servem-se do Cristo, na exaltação da própria vaidade.
Aos que ainda não adquiriram a verdadeira consciência cristã e que se julgam impunes por serem espíritas, bom seria que lessem e relessem a mensagem do Espírito de Verdade, intitulada "Os obreiros do Senhor", que está no capítulo XX de O Evangelho Segundo o Espiritismo. É de estarrecer, pela energia da advertência.

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