Possibilidades de pacificação

Francisco Muniz
(publicado originalmente no editorial da revista Visão Espírita n.° 14 - Ano II - 1999)

Muda-se o homem e logo o mundo estará perfeito! Eis aí a grande batalha a ser travada por aqueles que se devotam ou se preocupam com a transformação planetária: as crises, os escândalos, as conflagrações mundiais mais não são que resultado dos instintos belicosos do homem e, no instante em que as guerras espoucam aqui e ali (estudos da ONU apontam para a existência de mais de 60 conflitos armados em várias partes do globo), o mundo pede pela paz. Mas quando e como haverá paz se ela não existe no coração do homem? Desarmem-se os espíritos de toda intenção revanchista, refreiem-se os ânimos violentos e, sobretudo, atente-se para as noções de fraternidade e então se pacificarão os povos. A paz nasce primeiramente no interior de cada um e depois se expande, contagiando a tudo e a todos em volta do indivíduo pacífico.
Até lá, entretanto, ainda conviveremos com as crises que se agigantam em torno de nós, provocando até mesmo o medo de sairmos às ruas, porque já não confiamos nos semelhantes, ao passo que eles também não confiam em nós... Orar e vigiar, assim, impõem-se-nos como tarefa insuperável que, por outro lado, deve ser vista como simples cumprimento do dever. Tanto quanto devemos conhecer a verdade, para que ela nos liberte da ignorância em que nos aferramos, importa estarmos vigilantes e conscientes de nossas atribuições como espíritos de Deus, co-autores da grande obra que é a Vida, e assim procurarmos agir em conformidade com os sábios desígnios da Lei Maior. Fora desse conhecimento, são as trevas que prevalecerão e, se queremos avançar para a luz, será preciso por a candeia no ponto mais alto do velador, como ensina o Cristo.

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