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Francisco Muniz

Quis a Inteligência Suprema que a luz brilhasse nas trevas ("Fiat lux!"), porque a luz é boa e as trevas são em si mesmas um estado transitório em necessidade de iluminação. Assim é que as trevas têm a luz em germe e por essa razão Jesus vem nos dizer que deixemos brilhar nossa luz, seres ainda mergulhados nas trevas que nos caracterizam o estágio evolutivo. E mesmo que andemos em meio às trevas, a luz nos atrai, isto é, a luz do Grande Sol atrai para si as pequenas luminosidades dos espíritos ainda na inferioridade do conhecimento que é a própria Luz. Pede-nos também o Amigo Celeste que deixemos brilhar nossa luz diante dos homens, para que cada luzinha, comunicando umas com as outras, adquira o desejo de brilhar intensamente e cada vez mais. É pouco que um ponto luminoso desponte em meio à escuridão. Esta, como um breve momento antes da completa iluminação, precisa deixar de existir, mas até lá necessita que a luz a cative, aquecendo-a em doce encantamento, num enamoramento em que a luz lhe fará a corte até que as trevas percebam que devem mergulhar na luz e aí experimentar a verdadeira felicidade e o real sentido de sua existência: só morrendo para a luz é que as trevas viverão, "apagadas" em si mesmas para brilhar  na vida do Sol amado, plenificando-se em luz, em brilho e cor.

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