Experiências singulares

Francisco Muniz

Temos aprendido, em nossa jornada de crescimento pelo Espiritismo, que é, muitas vezes, pela obsessão que atingimos o caminho de nosso aperfeiçoamento. Melhor dizendo, é através do processo obsessivo – claro, involuntário – que frequentemente somos levados a conhecer os meandros da mediunidade e nossa relação com a Espiritualidade.
Desse modo, vemos a obsessão não como o resultado de influenciações maléficas, mas algo realmente benéfico para nós e também para o obsessor, que em suma é um verdadeiro amigo a conduzir-nos à busca da Verdade. Há casos vários de obsessores – e disso a literatura espírita é pródiga – que não raro se tornaram mentores de seus antigos obsidiados, os quais se perdoaram mutuamente de passados erros reencarnatórios.
Dissemos acima que o processo obsessivo é involuntário, porquanto em verdade não o buscamos ou queremos. Apesar disso, é pelo que fizemos no passado que atraímos os obsessores, os quais, por vezes, nos acompanham por encarnações sucessivas. É comum até mesmo os encarnados nos obsidiarmos uns aos outros, embora só atentemos para a questão quando envolve espíritos desencarnados. O que é um inimigo que nos persegue – ou a quem perseguimos – implacavelmente senão nosso obsessor – e nós o dele?
Também temos aprendido na Doutrina dos Espíritos que o remédio contra a obsessão é mesmo a oração e o sincero desejo de que nosso obsessor nos perdoe pelos males que lhes causamos no ontem de nossa existência.
Em “Devassando o invisível”, a médium Yvonne Pereira, já desencarnada, questiona a Espiritualidade com a seguinte indagação, referindo-se aos obsessores: “E não existirá um meio de retirar tais entidades do seio da sociedade, para que nós, humanos, obtenhamos um pouco mais de serenidade para viver e trabalhar, cuidando do nosso progresso?”. O bom Espírito que assistia à médium deu-lhe a explicação:
“Sim, existe, e muito eficiente! Que o homem se reeduque, transformando-se sob as inspirações do dever, praticando atos justos todos os dias de sua vida! Que se conduza guiado por mente sadia e honesta! Que se torne respeitoso e submisso à ideia de Deus, dispondo-se a observar Suas leis... e tais falanges desertarão dos ambientes terrenos... Aliás, os próprios homens obsidiam esses tais, visto que frequentemente os atraem com pensamentos, vícios e ações idênticos aos deles, incitando-os a imitá-los, em vez de procurarem instruí-los com exemplos bons...”.

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