Análise de filme (XII) - A Invasão

Francisco Muniz
(publicado originalmente na revista Visão Espírita n.° 15 - Ano II - 1999)

À semelhança de "Contato", já comentado nesta página, este filme trata da ansiedade que o homem tem de encontrar vestígios ou confirmação de vida em outros mundos - e também do medo de que tais seres sejam belicosos. Esse medo se explica pela própria tendência da humanidade terrestre (há outras humanidades no Universo!), que tenta interpretar o desconhecido através de si mesma. Assim é que comumente os prováveis seres de outros planetas são apresentados hostis, com aparência monstruosa e interessados em tomar a Terra, porque, supostamente mais inteligentes que nós, entenderiam que não cuidamos direito do mundo que habitamos e por isso não merecemos viver nele. Afinal, poluímos nosso ambiente, destruímo-nos uns aos outros, demonstrando que utilizamos mal nossa inteligência.
É inegável que a curiosidade e o fascínio que as estrelas despertam no homem têm impulsionado em muito o progresso material da Humanidade, embora muitos recursos estejam sendo empregados de certo modo inutilmente. Muitos já disseram que se os bilhões de dólares gastos na corrida espacial fossem aplicados no combate à pobreza possivelmente erradicaríamos a fome no mundo; que se os homens se voltassem para dentro de si mesmos certamente descobririam os seres e mundos maravilhosos que tanto buscam e tanto temem.
Quando isso finalmente acontecer, generalizadamente, com certeza experimentaremos a mais incrível das invasões: a do amor em nós, a do reino de Deus, que então já será deste mundo, como propõe o Cristo desde há dois mil anos...

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