Análise de filme - O Sexto Sentido

Francisco Muniz

Esse filme consegue captar, como poucos, as pendências a que os espíritos se obrigam, por vezes, a resolver após serem surpreendidos pela desencarnação "prematura", conforme fica patente nos relatos de André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier. Como cada caso é um caso e não se pode generalizar nesse campo, às vezes os espíritos obtêm permissão do Mais Alto para continuarem atuando no plano físico, malgrado sua condição de desencarnados. O mais comum, entretanto, é que as pendências sejam retomadas numa outra encarnação. Outro ponto a considerar a partir do filme é a reserva com que a mediunidade é encarada nas sociedades materialistas, levando o médium, principalmente se ele é imaturo, como a criança deste e as de filme como "O Exorcista", por exemplo, a ser tido como "anormal", passível de cuidados psiquiátricos ou, pior, de "exorcismos" que só conseguem agravar o problema.
Problema? Não o seria se os pais - e as pessoas, em geral - estivessem preparados para lidar com os efeitos de tais fenômenos, conhecendo a mediunidade como fator biológico inerente a todos, responsável pelo intercâmbio com o mundo dos espíritos, os quais só nos aparecem para o atendimento de necessidades de ambas as partes. Essa, afinal, é a missão do Espiritismo, que foi revelado aos homens para confirmar os ensinamentos de Jesus quanto a que nossos filhos e filhas profetizariam, após ele, Evidenciando a imortalidade do espírito e sua natural e consequente comunicabilidade com os "vivos".
Quando finalmente mudarmos a cultura do terror com que rotulamos os chamados fenômenos paranormais, utilizando a razão como ferramenta de nosso próprio esclarecimento, quando realmente abrirmos nossos "olhos de ver" e os "ouvidos de ouvir", como ressaltou o Cristo, então perceberemos que a vida é uma só, qualquer que seja a dimensão observada. Veremos que aqueles a quem julgamos "fantasmas" ou "assombrações" nada mais são que as pessoas com quem convivemos no passado e hoje nos aparecem para nos ajudar ou solicitar nossa ajuda, mesmo que essa intenção muitas vezes se revista dos equívocos que configuram os casos de obsessão, posto que até assim se estabelece a necessidade de ajuda, de parte a parte.

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