Análise de filme II - Vida de Inseto

Francisco Muniz

Retrata a luta de um formigueiro contra um bando de gafanhotos, num episódio que podemos comparar com ops casos de obsessão espiritual. Nesses casos, estabelece-se uma espécie de cobrança por parte de espíritos que no passado se sentiram lesados de alguma forma por aqueles que no momento sofrem a obsessão. No filme, as formigas criam um débito junto aos gafanhotos e passam a ser atacadas quando o antigo pacto é descumprido, devido à ação intempestiva de uma delas. A obsessão resulta sempre do cumprimento da Lei de Justiça, a julgar pela resposta dada a Allan Kardec pelos Espíritos Superiores, na questão 295 de O Livro dos Espíritos (Que sentimento experimentam, após a morte, aqueles a quem fizemos mal neste mundo?): "Se são bons, perdoam, de acordo com vosso arrependimento. Se são maus, podem conservar o ressentimento, e por vezes vos perseguir até numa outra existência. Deus pode permiti-lo, como um castigo".
Segundo o expositor e escritor espírita baiano Kau Mascarenhas, o obsessor, ao contrário do que geralmente se pensa, não é o algoz que aparenta, demonstrando ser extremamente "educado" em sua investida, posto que só invade a casa da "vítima" a convite desta. Ou seja: a suposta vítima reúne condições tais em torno de si, por relativa invigilância quanto ao comportamento moral, que facilita a ação do obsessor. Uma vez instalada a obsessão, que se dá por via mediúnica, por vezes a vítima é levada até mesmo à loucura e necessita de cuidados especiais para recuperar a integridade psíquica, valendo-se quase sempre do esforço de terceiros.
A literatura espírita é pródiga neste assunto, constantemente na ordem do dia das atividades dos centros espíritas. Para mais informações, sugerimos os livros do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, pela psicografia do médium Divaldo Pereira Franco, especialmente a obra "A obsessão: instalação e cura", coletânea dos trabalhos de Philomeno organizada por Adilton Pugliese (publicação da Livraria Espírita Alvorada Editora).

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