Retrato físico e psicológico de Allan Kardec

Anna Blackwell

Narrativa da inglesa que traduziu para o inglês vários livros de Kardec, que conheceu pessoalmente o Codificador em Paris e fez a descrição do retrato do mestre lionês, conforme publicado no livro “História do Espiritismo”, de autoria de Sir Arthur Conan Doyle.
“Pessoalmente Allan Kardec era de estatura média. Compleição forte, com uma cabeça grande, redonda, maciça, feições bem marcadas, olhos pardos, claros, mais se assemelhando a um alemão do que a um francês. Enérgico e perseverante, mas de temperamento calmo, cauteloso e não imaginoso até a frieza, incrédulo por natureza e educação, pensador seguro e lógico, e eminentemente prático no pensamento e na ação. Era igualmente emancipado do misticismo e do entusiasmo... Grave, lento no falar, modesto nas maneiras, embora não lhe faltasse uma certa calma e dignidade, resultante da seriedade e da segurança mental, que eram traços distintos de seu caráter. Nem provocava nem evitava a discussão mas nunca fazia voluntariamente observações sobre o assunto a que havia devotado toda sua vida, recebia com afabilidade os inúmeros visitantes de toda parte do mundo que vinham conversar com ele a respeito dos pontos de vista nos quais o reconheciam um expoente, respondendo a perguntas e objeções, explanando as dificuldades, e dando informações a todos os investigadores sérios, com os quais falava com liberdade e animação, de rosto ocasionalmente iluminado por um sorriso genial e agradável, conquanto tal fosse a sua habitual seriedade de conduta que nunca se lhe ouvia uma gargalhada. Entre as milhares de pessoas por quem era visitado, estavam inúmeras pessoas de alta posição social, literária, artística e científica. O imperador Napoleão III, cujo interesse pelos fenômenos espíritas não era mistério pra ninguém, procurou-o várias vezes e teve longas palestras com ele nas Tuileries, sobre a doutrina de O Livro dos Espíritos.”

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