O legado de Luiz Olímpio Teles de Menezes

Francisco Muniz

No mês de julho, a imprensa espírita comemora aniversário. Em 2007, a marca histórica de 138 anos! Entretanto, não se tem, ainda, no seio do movimento espírita, a preocupação de registrar tal efeméride com a imponência que talvez ela mereça, recordando a figura do ilustre baiano Luiz Olímpio Teles de Menezes. Há algum tempo, indagaram-nos acerca da inexistência de dados biográficos desse grande homem que, grande que era, deixou este mundo materialmente pobre e esquecido, sem o reconhecimento que os homens prestam à vaidade e ao orgulho.
Grandes homens o são para e pelo mundo. Luiz Olímpio, certamente, incluía-se neste última qualificação, pelo pouco de sua história que conhecemos, figurando na plêiade de abnegados trabalhadores do Cristo e do Espiritismo, tais quais Bezerra de Menezes, Francisco Cândido Xavier e tantos outros.
Fundador do primeiro veículo informativo da Doutrina Espírita em terras brasileiras, nos últimos anos do século XIX, Luiz Olímpio fez de “O Echo D´Além-Túmulo” um instrumento de libertação de consciências e também de corpos. Como assim? Explica-se: a cada assinatura do jornal vendida, dez por cento do valor correspondente eram destinados à compra e imediata alforria de negros escravos, na Bahia de 1869 em diante...
Com isso, acreditamos, dezenas de irmãos escravizados lograram integrar-se à vida de liberdade que deve ser o objetivo de todos os homens, malgrado os tempos difíceis de exclusão a que os negros eram forçados a se submeter, naquele distante Brasil cujas marcas ainda estão presentes na sociedade contemporânea, através do preconceito e do racismo.
Recordando Luiz Olímpio, assim, retomamos a lembrança imperativa dos ensinamentos de Jesus, que propõem a vivência da fraternidade entre as pessoas e os povos, as nações, para que as condições de convivência sejam sempre as mais harmoniosas. Para tanto, é preciso que exemplos grandiosos, que são sempre uma lição moralizante, sejam imitados e profundamente vivenciados. E exemplos nesse sentido não faltam.
Os homens que se fizeram grandes pelo e não para o mundo – isto é, não objetivaram a adulação nem a carícia sempre fugidia das homenagens vãs embaladas em palavras pomposas e transitórios monumentos de pedra – são as fontes nas quais o espírito sedento vai beber estímulos para seguir na estrada reta da perfeição moral, porquanto tão grandes almas sempre beberam, por sua vez, na fonte de água viva que é o Cristo Jesus.

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