Epifania

Francisco Muniz


Afora o significado religioso proposto pela Teologia, epifania também pode ser conceituada no sentido filosófico, significando uma sensação profunda de realização no sentido de compreender a essência das coisas, tudo que pode estar no âmago das coisas ou das pessoas, isto é, poder considerar que a partir de agora sente como solucionado, completado, aquilo que estava tão difícil de conseguir.

Epifania pode ser ainda um pensamento iluminado, uma inspiração que parece ser coisa de Deus, como que somente ele seria capaz de pensar tal coisa. Os ingleses costumam utilizar muito este termo dizendo: “I just had an epiphany” como eu tive um pensamento indescritível, único.

Muitos religiosos, filósofos, místicos, escritores, cientistas confirmam através de relatos históricos que passaram por algumas experiências epifânicas, como Buda, Moisés que conta as aparições de Deus na Bíblia, Maomé, James Joyce entre outros.

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Isto é o que nos diz um site da Internet, com o que procuro iniciar uma conversa, quase um monólogo. Comecemos por dizer que todos temos, de vez em quando, uma epifania, um "insight", um desses momentos em que nos sentimos integrados às dimensões mais elevadas da vida, vibrando na mesma frequência do Inatingível. É certo que isto dura só alguns segundos, mas a sensação perdura na alma e na lembrança quase indefinidamente – e foi o que me aconteceu (não sendo a primeira vez) recentemente. Mas, para chegar ao ponto que nos interessa nesta conversa, é necessário fazer uma longa digressão. Portanto, vamos lá.

Recordemos, a princípio um certo diálogo entre Jesus e alguns fariseus, quando estes solicitaram do Mestre um sinal dos Céus que o confirmassem como enviado de Deus aos homens. Jesus recusou-se a atender àquela “geração má e adúltera”, mas é certo que, conforme afirmara o Cristo, aquele que tem “olhos de ver” saberá identificar esses sinais, que julgamos estarem espalhados e à mercê de quantos se disponham a buscar, posto que quem busca sempre encontrará, como reza o Evangelho.

Assim é que há algum tempo uma companheira do grupo de estudo levou à reunião um maço de impressos com a famosa prece de Francisco de Assis, para distribuição com os demais frequentadores de nossa Casa. Como presto serviço também numa outra instituição, calhou de uma vez distribuirmos uma outra leva dessa mesma prece e inquirimos dos participantes dessa reunião quanto à frase “Senhor, fazei que eu procure mais”, compreendendo que é necessário, na jornada rumo à evolução espiritual, buscar sempre, sem nos contentarmos com o que encontrarmos em meio à caminhada, porque a revelação da Verdade é gradativa, dado o paulatino processo educativo dos seres em crescimento.

E como uma coisa leva necessariamente a outra, há pouco tempo adquiri um exemplar do livro O Evangelho Gnóstico de Tomé, do escritor espírita Hermínio C. Miranda, o qual comecei a ler pelo final, justamente o texto do tal evangelho, no qual encontrei várias passagens que confirmam as impressões acerca dos sinais e, mais que isto, sobre o fato de que nossos pensamentos são conduzidos na direção de outros pensamentos, estabelecendo tanto uma sintonia de propósitos quanto a veracidade das informações vindas do Alto.

O resultado é que ao final dessa leitura, feita numa viagem de ônibus entre Salvador e Feira de Santana, adormeci e, meio sonhando, meio em transe, vi seres passando a minha frente, mulheres em sua maioria, e uma delas aproximou-se e depositou-me um beijo na testa. Teria sido nada demais se eu não tivesse sentido materialmente esse beijo, que deixou em minha pele como que uma faísca elétrica no local beijado, deixando-me completamente enlevado. Considerei isto uma epifania...

Comentários

  1. Talvez seja a epifania a utilização correta da mediunidade.

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