Um livro para o futuro


Francisco Muniz

Apesar do número graúdo, as 1.019 (algumas edições apresentam apenas 1.018) questões contidas em O Livro dos Espíritos não pretendem apresentar a solução de todos os problemas com que a Humanidade se debate desde muito tempo, apenas apontar suas causas e consequências, para a conscientização dos homens. O livro base da Doutrina dos Espíritos, que este mês (abril de 1999) completa 142 anos de existência, é tão somente o preâmbulo de uma obra que prossegue nos outros quatro volumes da Codificação e não se esgota em si mesma. Lúcido quanto às verdades que ajudava a descortinar, Allan Kardec sabia que apenas dava os primeiros passos na trilha gloriosa do Espiritismo, uma ciência que nos revela o outro lado da vida - o verdadeiro lado da vida, do qual a existência física é uma pálida cópia.
É um livro, assim, para todas as épocas da Humanidade. Neste abril, portanto, começamos a dar ênfase a cada uma das perguntas de Kardec respondidas pelos Espíritos Superiores, sob a égide do Espírito de Verdade, que outro não é senão o próprio Jesus, dando cumprimento às palavras pronunciadas pouco antes de perecer no sacrifício da cruz: "Se me pedirdes algo em meu nome, eu o farei. Se me amais, observareis meus mandamentos, e rogarei ao pai e ele vos dará outro Paráclito, para que convosco permaneça para sempre, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode acolher, porque não o vê nem o conhece. Vó o conhecereis, porque permanece convosco. Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós." (João, 14:12-18)
As primeiras questões
Durante algum tempo Kardec ficou embatucado quanto a como iniciar O Livro dos Espíritos, até que, por inspiração, resolveu abordar o princípio das coisas, ou seja, a ideia de Deus e do infinito. Ei-las:

1. Que é Deus?
R - Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.

2. O que se pode entender por infinito?
R - Aquilo que não tem começo nem fim: o desconhecido; todo o desconhecido é infinito.

3. Poderíamos dizer que Deus é o infinito?
R - Definição incompleta. Pobreza da linguagem dos homens, insuficiente para definir as coisas que estão além de sua inteligência.

Essa última questão mereceu de Kardec este comentário: "Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração; dizer que Deus é o infinito é tomar o atributo de uma coisa por ela mesma, definir uma coisa, ainda não conehcida, por outra que também não o é".

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