Galeria da mediunidade (extra)



Há 49 anos morria no Rio de Janeiro Zélio Fernandino de Moraes, o fundador da Umbanda, religião que tem cerca de 400 mil seguidores no Brasil. A história relata que Zélio Fernandino, aos dezessete anos, teve uma paralisia que os médicos não conseguiam curar. Certo dia, sentou em sua cama e anunciou que estaria curado no dia seguinte.

No outro dia se levantou como se nada tivesse acontecido: os médicos não souberam explicar o ocorrido. Um amigo da família sugeriu então uma visita à Federação Espírita em Niteroi, no Rio de Janeiro. Durante a visita o dirigente da Federação determinou que Zélio ocupasse um dos lugares à mesa.

Em determinado momento da reunião, Zélio Fernandino foi tomado por uma força superior à sua vontade e em seguida vários dos médiuns presentes à mesa foram incorporados por espíritos que se identificaram como indígenas, caboclos e escravos africanos. O dirigente dos trabalhos convidou esses espíritos a se retirarem, dizendo que eles eram atrasados.

A entidade incorporada em Zélio Fernandino quis saber se aqueles espíritos eram considerados atrasados apenas pela diferença de cor ou de classe social que revelaram ter tido na última encarnação, o que foi confirmado. O Espírito, então, anunciou que no outro dia estaria na casa de Zélio para iniciar um culto em que aqueles espíritos poderiam passar suas mensagens e assim cumprir a missão que lhes fora confiada no plano espiritual.

A nova religião falaria aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. Por fim, a entidade se identificou:
- Se querem saber o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim.

Lançava-se naquele momento a Umbanda, na qual os espíritos dos pretos velhos africanos, dos caboclos e dos índios poderiam trabalhar em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e condição social. A prática da caridade, seria a tônica do culto, que teria como base o Evangelho de Cristo e, como mestre supremo, Jesus.

E ali foi criada a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, assim denominada "porque assim como Maria acolhe o filho nos braços, também seriam acolhidos, como filhos, todos os que necessitassem de ajuda ou conforto".

Tempos depois todos ficaram sabendo que a entidade que se identificou como Caboclo das Sete Encruzilhadas, tinha sido, em sua última encarnação o padre jesuita Gabriel Malagrida. O jesuita desenvolveu importante trabalho no Nordeste do Brasil e foi condenado como herege pela Inquisição em Portugal e levado à fogueira.

(Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br)

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