Francisco Muniz -
Confesso que foi um tanto trabalhoso manter a metodologia que instituí para o mês de abril, aproveitando apenas os versículos do quarto capítulo dos livros do Novo Testamento. A partir de hoje, quando inauguramos os comentários de maio, faremos diferentemente e abordaremos, o quanto possível, o quinto versículo dos capítulos selecionados. Assim, nesta data de 1 de maio nosso estudo contempla o versículo 5 do segundo capítulo da Segunda Epístola de Paulo a Timóteo, cujo texto, lido na Bíblia de Jerusalém, é colocado sob a epígrafe “O sentido dos sofrimentos do apóstolo cristão” e tem o seguinte teor:
“Do mesmo modo como um atleta não recebe a coroa se não lutou segundo as regras.”
O Apóstolo dos gentios está nos falando dos percalços que o apóstolo cristão (1) tem de enfrentar no desempenho de sua tarefa, necessitando seguir à risca as determinações recebidas do Cristo, à custa das próprias alegrias, porquanto deve renunciar a si mesmo. Assim é que, como Paulo afirmara anteriormente a Timóteo, um soldado deve esquecer de tudo de sua vida civil para servir a quem o arregimentou, sendo essa a postura do cristão consciente de sua condição, afinal, “o agricultor que trabalha dever ser o primeiro a participar dos frutos” (2Timóteo 2:6).
As regras a que alude Paulo estão todas no Evangelho, sendo, inicialmente, as recomendações que Jesus dispensou a seus discípulos quando delineou a missão dos 12 e, depois, dos 72 e, por fim, aos 500 da Galileia, resumidas na expressão “ide e pregai”. Naquela ocasião, o Messias determinou que eles saíssem em duplas, solicitando que em seu nome limpassem os leprosos, curassem os doentes e expulsassem os “demônios”, proclamando a mensagem do Reino de Deus. Os espíritas, hoje, são os herdeiros dessas atribuições, uma vez que nos classificamos como os “trabalhadores da última hora” (2) e somos muito bem esclarecidos quanto ao bom uso da mediunidade, dando de graça o que de graça recebemos, segundo Mateus 10:8.
Paulo se acreditava um atleta do Cristo e estimulava Timóteo, seu filho espiritual, a observar seu próprio exemplo, pois afrontava todas as dificuldades para cumprir o que intuía ser a resposta do Filho de Deus quando lhe perguntou, no célebre encontro no caminho de Damasco: “Que queres que eu faça?”, após ler os escritos de Mateus, cuja cópia recebera de Ananias (3). Por isso pediu que Timóteo seguisse seu evangelho, “pelo qual eu sofro, até às cadeias, como malfeitor. Mas a palavra de Deus não está algemada!” (2Timóteo 9).
A lição paulina é para todos nós que nos alistamos nas hostes do Cristo e estamos dispostos a levar a todos os que nosso verbo e nosso exemplo alcancem o que já conseguimos compreender da mensagem libertadora do Cristianismo, agora oferecendo a luz meridiana da interpretação espírita. De acordo com o que Allan Kardec expõe em O Evangelho Segundo o Espiritismo, os espíritas temos a missão de “pregar o dogma novo da reencarnação e da elevação dos Espíritos, segundo tenham, bem ou mal, cumprido suas missões e suportado suas provas terrestres” (4).
Notas
(1) A palavra “apóstolo” significa, em grego, “enviado”, de modo que, por sua própria condição, o cristão é sempre um enviado do Cristo ao trabalho na Vinha do Senhor que é o mundo, transmitindo a verdade do Reino dos Céus a partir da ressurreição.
(2) Isto porque o Espiritismo é o mais novo ramo do Cristianismo, conforme explica Allan Kardec.
(3) Essa história é melhor contada por Emmanuel no livro Paulo e Estêvão (ed. FEB), psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier.
(4) Cap. XX, item 4.
Gratidão pela aprendizagem!!
ResponderExcluirGrande abraço!
ResponderExcluirQue possamos nos apropriar das lições Paulinas. Que Deus te ilumine
ResponderExcluirQue Ele nos abençoe a todos!
ExcluirParabéns Francisco seus trabalhos são divinos e elaborados com muito esmero e amor !
ResponderExcluir"Se árdua for a luta sublime será a vitória."Goethe.
Muito obrigado, amigo(a). Deus conosco, Jesus sempre, graças a Deus!
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