Francisco Muniz
O
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guia ou mentor espiritual é
aquele amigo invisível que junto ao medianeiro se responsabiliza por 50% do
monitoramento da faculdade mediúnica, quando de fato o exercício é realizado em
tarefa de fraternidade, tendo como finalidade o autoaprimoramento espiritual e
moral do servidor encarnado. No entanto, não se tome em termos absolutos o
percentual acima apresentado, indicativo apenas do regime de parceria,
porquanto o quantitativo correspondente à responsabilidade seguramente deverá
alcançar os 100% no que diz respeito ao trabalho do médium, a quem cabe deveres
intransferíveis para o bom desempenho de sua tarefa ao lado dos Espíritos –
sejam eles encarnados ou desencarnados.
Assim é que será preciso compreender a recomendação
de Allan Kardec nesse sentido: “Os melhores médiuns não são aqueles que dão as
comunicações mais bonitas, mas os que ouvem somente a orientação dos bons
Espíritos”. Fica claro que os bons Espíritos aí não são senão os guias
espirituais dos médiuns, aqueles com os quais os intérpretes do Mundo
Espiritual junto aos homens precisam se afinar para que se tornem eficazmente
os canais por onde as bênçãos do Céu se derramarão em proveito dos
necessitados, a começar por eles próprios, uma vez que “quem acende uma vela
ilumina a si mesmo primeiramente”.
Desse modo, convém
observarmos alguns exemplos bastante elucidativos no que tange à participação
dos mentores na ação mediúnica, como as relações entre Emmanuel e Chico Xavier;
Charles e Bezerra de Menezes junto a Yvonne do Amaral Pereira; Joanna de Ângelis com Divaldo Franco, dentre outros. Talvez assim possamos avaliar melhor
como se dá o contato entre nós, médiuns trabalhadores do CEDLV – psicofônicos e
doutrinadores (ou esclarecedores) –, com os respectivos guias espirituais,
ainda que não lhes vejamos a face ou saibamos o nome, bem como não tenhamos com
eles um compromisso do porte de uma missão, como é o caso de Irmão Jerônimo e
da médium Bernadete Santana, encarregados desta obra que objetiva iluminar
consciências e nos encaminhar ao porto seguro do crescimento espiritual.
De vez em quando, um ou outro médium trabalhador nos
traz notícias de seu contato com seus mentores, ressaltando dificuldades –
sentem os mentores em seu campo vibratório mas eles não se comunicam –
peculiaridades do processo de intercâmbio ou aspectos que causam estranheza,
como a visualização de traços fisionômicos ou de certos adereços do vestuário
do guia. Mas tanto Chico Xavier quanto Yvonne Pereira, Divaldo Franco,
Bernadete Santana ou qualquer um de nós oferecemos para tal estudo a questão
disciplinar como o ponto chave entre a assistência dos instrutores espirituais
e a boa realização do exercício mediúnico. Já sabemos que, como médiuns
atuantes 24 horas por dia, esse cuidado transcende o trabalho na sala
mediúnica, justamente para que este transcorra com real aproveitamento.
Com efeito, os guias e mentores, afeiçoados a seus
tutelados, não lhes passam a mão na cabeça, antes, apontam-lhe o caminho a
seguir; não são rigorosos, mas diligentes quanto ao trabalho em parceria; não
invadem a seara alheia, respeitando o livre-arbítrio do médium. Como se
percebe, como são eles quem verdadeiramente se utiliza da faculdade mediúnica,
compete ao médium realizar a contento sua parte na tarefa, para não se ver na
posição delicada daquele que mais atrapalha que ajuda, o que significará
possível interrupção do exercício e afastamento do ambiente de trabalho.
Sejamos, portanto, aqueles instrumentos dóceis de que o Alto se vale para fazer
valer na Terra a vontade de Deus, conforme a sublime recomendação do Cristo:
“Faz tua parte e o Céu te ajudará.”
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