De caminhões e bagagens

Francisco Muniz


Uma amiga revelou que mudar não é fácil. Brincando, mas falando sério, eu comentei que, na verdade, o processo de mudança é simples: basta embalar as coisas e, depois, contratar um caminhão.
Preciso, agora, explicar essa simbologia.
 
Pra começo de conversa, o que entrava nosso bem estar espiritual é o apego às coisas materiais (as pessoas, representadas pelo corpo, estão nesse bojo), de modo que é isso que devemos "embalar", quer dizer, identificar e ter a coragem de nos desfazer de toda bagagem inútil – o “lixo” debaixo do “tapete” da consciência. Essa bagagem, ou lixo, é tudo que constitui nossa “sombra”, aquilo que trazemos em nós, consciente ou inconscientemente, e que nos incomoda mas não sabemos ou não queremos resolver. São, em suma, as dificuldades que enfrentamos para o bem viver, posto que estamos por demais envolvidos com o viver bem e esquecemos de nos desenvolver, conquistando virtudes. E assim nos deixamos “entupir” de ressentimentos e mágoas, de medos e traumas, de preguiça e indiferença...
 
Uma vez feita essa identificação, resta “contratar o caminhão”, ou seja, entregar ao tempo nossas demandas, porquanto todo esse processo de transformação espiritual ou moral é muito lento. Ninguém seja, portanto, imediatista quanto a isso, sob pena de acumular decepção após decepção. É preciso confiar em Deus e, usando o talismã do tempo, fazer o trabalho incessante e incansável da formiga, trabalhando um defeito de cada vez e assim, ao mesmo tempo, desenvolver uma qualidade correspondente.
 
Em meu livro Lições do Evangelho para a vida prática há comentários mais dilatados sobre esse esforço a que todo homem é chamado a realizar em prol de seu crescimento espiritual, mormente quando ele já começou a despertar para a realidade do Espírito imortal.


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